Coronavírus

Ryanair admite despedimentos e redução da operação em Portugal

Ryanair admite despedimentos e redução da operação em Portugal
Ian Waldie/Getty Images

Em entrevista à Lusa, Eddie Wilson, o presidente executivo da Ryanair, defendeu que os preços dos voos na Europa devem baixar para “estimular o tráfego aéreo” e criticou a “obsessão” com ter lugares livres entre passageiros, alegado “que não é baseada em factos”

A companhia aérea Ryanair está a reavaliar a sua operação em Portugal, admitindo avançar com despedimentos e com a redução da frota no país, medidas que resultam da diminuição acentuada da procura provocada pela pandemia de covid-19.

"Anunciámos há algumas semanas que iríamos ter de reduzir cerca de 3.000 postos de trabalho em cerca de 15 a 16 mil funcionários e alguns deles provavelmente serão em Portugal, dependendo do número de aeronaves que lá tivermos [a operar]", afirma em entrevista à agência Lusa o presidente executivo da Ryanair, Eddie Wilson.

No dia em que a companhia aérea de baixo custo anuncia a retoma das suas operações em julho próximo, após mais de três meses com os aviões parados devido às restrições implementadas pelos países europeus para conter o surto de covid-19, o responsável frisa que a Ryanair está agora "a reavaliar as suas operações e a falar com os sindicatos" em Portugal.

Preços dos voos na Europa devem baixar

Os preços dos voos deverão baixar para atrair passageiros aquando da retoma das ligações aéreas na Europa, defendeu a transportadora Ryanair, frisando que esta será a sua forma de "estimular o tráfego aéreo" nos próximos meses.

"O que vai acontecer é que os preços vão baixar para fazer com que as pessoas voltem a viajar, por um período contínuo de tempo", antecipa Eddie Wilson.

No dia em que a companhia aérea de baixo custo anuncia a retoma das suas operações em julho próximo, após mais de três meses com os aviões parados devido às restrições implementadas pelos países europeus para conter o surto de covid-19, o responsável reforça que "a solução agora é baixar os preços".

Ryanair estima perdas de 100 milhões de euros entre abril e junho

A transportadora aérea Ryanair estima ter perdas de 100 milhões de euros entre abril e junho devido ao cancelamento de viagens por causa da pandemia de covid-19, após um total de 25 milhões de passageiros com voos anulados.

"Tivemos um colapso no tráfego aéreo - 99% do nosso tráfego desapareceu - e já dissemos ao mercado que vamos perder 100 milhões [de euros] num trimestre, entre abril, maio e junho", afirma o presidente executivo.

De acordo com o responsável, "o que aconteceu foi que a empresa teve de cancelar voos" devido à pandemia de covid-19 e às medidas restritivas adotadas pelos governos europeus para tentar conter o surto, sendo essa a razão para estas perdas, às quais se juntarão as dos meses de julho a setembro, um trimestre forte para a Ryanair por abranger o pico do verão.

Ryanair critica "a obsessão" com lugares livres entre passageiros

Ainda em entrevista à Lusa, a companhia aérea Ryanair critica "a obsessão" relativa à eventual medida de deixar lugares livres entre passageiros para garantir distanciamento em aviões, devido à pandemia de covid-19, recusando aplicá-la, por considerar que "não é realista".

"Esta obsessão com o lugar do meio não é baseada em factos. O que se pretende atingir? Não atinge nada. As pessoas continuam atrás umas das outras nas aeronaves e há outras e mais eficientes medidas que podem ser adotadas", diz Eddie Wilson.

Argumentando que esta medida não tem "qualquer razão de saúde pública ou científica", o responsável aponta também que esta "não é uma medida realista", já que por exemplo "não tem em conta as famílias que viajam juntas e as companhias aéreas que não têm lugares do meio".

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