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Dormir num “futon” e usar quimono: em Viseu há um Ryokan para cumprir as tradições do Japão

Viseu Ryokan
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Com apenas sete quartos, numerados do 1 ao 8 - porque o 4 dá azar no Japão - os hóspedes são convidados a cumprir as tradições nipónicas e circular pelo hotel de chinelos e quimono. O Viseu Ryokan dispõe ainda de um Spa e um pequeno-almoço tradicional

A aventura de abrir um Ryokan no coração de Viseu começa quando Bruno Marques se desloca ao Japão, num estágio de karaté. Fica alojado num destes tradicionais alojamentos, onde a simplicidade é a chave, e o segredo reside na simpatia e no atendimento dos proprietários, e a ideia de abrir um em Portugal nunca mais lhe saiu da cabeça. “Apaixonou-se pelo conceito e pela cultura”, diz a mulher, Tânia Bernardo, que em 2018 embarca com ele de regresso à Terra do Sol Nascente para visitar mais alguns espaços.

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Bruno é de Viseu, Tânia de Vila Nova de Gaia, e devido ao excesso de oferta a norte, a escolha do local da abertura do Ryokan foi Viseu. Procuraram um imóvel e ficaram seduzidos pelo primeiro que visitaram, um edifício com mais de 400 anos, que recuperaram, deixando algumas paredes de pedra e madeiras originais à vista. Criam assim sete quartos (a partir de €85), “numerados do 1 ao 8, uma vez que no Japão o 4 é um número que dá azar”, graceja Tânia.

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“A princípio, havia algum receio de abrir um hotel deste género”, recorda Tânia Bernardo, mas aos poucos, foi ultrapassado, regressando apenas quando um casal japonês lá apareceu para se alojar. “Ficamos extremamente nervosos, afinal, eles conhecem muito bem o conceito, mas na saída, aprovaram o serviço e a hospitalidade, bem como a oferta hoteleira, o que nos deu ainda mais confiança”, conclui Tânia.

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No Viseu Ryokan cumpre-se, confirma Tânia Bernardo, “toda a tradição”. Mal chegam os hóspedes, “é oferecido sempre chá-verde e fazemos o convite para que descalcem os sapatos e calcem uns chinelos, que vão usar sempre no hotel”, explica a proprietária. Depois, nos quartos, diz, “o chão é feito de “Tatami”, ou seja, palha prensada, e os colchões são um “Futon” tipicamente japonês, feito de algodão e látex”. Cada quarto tem um “Yukata”, um quimono tradicional, que devem usar sempre que circulem nas áreas comuns do hotel, seja para o pequeno-almoço ou para uma ida ao Spa.

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Servem refeições japonesas, no Viseu Ryokan, confecionadas num restaurante parceiro, e no Spa há um “Onsen”, ou seja, um espaço para banhos com águas termais, tradicionais nos Ryokan. Mas entre tanta tradição, há espaço para a tecnologia. Os tampos da sanita “são do mais moderno que há”, afirma Tânia Bernardo, com jatos comandáveis, uma vez que, diz, “no Japão prezam muito a higiene íntima”.

Viseu Ryokan

Além do pequeno-almoço tradicional, há um típico japonês, onde, revela Tânia, "servimos uma “Sopa Misu”, uma “Tamagoyaki”, que é uma omelete em camadas, “Asazuke”, pickles japoneses, arroz “Gohan”, “Salmão grelhado” e chá-verde”. O Viseu Ryokan (Rua Direita, 143, Viseu. Tel. 913871419) é, diz Tânia Bernardo, o “único Ryokan em funcionamento, fora do Japão”, também aberto a não hóspedes, que podem utilizar o serviço de Spa. Organizam ainda vários workshops, por exemplo, de Origami.

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