Cinco aguardentes vínicas a ter à mesa nesta época festiva
Aguardente DOC Lourinhã
“Medalha de Excelência”, “Grande Tambuladeira de Ouro” ou “Medalha de Ouro” são alguns dos galardões atribuídos às mais distintivas aguardentes produzidas no país. Façamos um brinde este Natal e na Passagem de Ano!
Distinguidas em concursos nacionais, as cinco aguardentes vínicas, obtidas exclusivamente a partir da destilação de vinho, merecem destaque à mesa na noite da consoada. Portanto, prepare os cálices e siga o ritual, em nome de uma tradição há muito enraizada em casas portuguesas, ou não fosse este o mais elegante digestivo a degustar após uma refeição farta. Sirva a 18 °C. Sinta os aromas e deguste com vagar. Aos epicuristas, recomenda-se o óbvio dos prazeres, a companhia de um charuto.
XO 30.ª Série DOC Lourinhã
Comecemos pela Lourinhã, a única região demarcada do país, e uma das três do mundo, criada, a 7 de março de 1992, exclusivamente para a aguardente vínica, que conquistou dois galardões no Concurso dos Vinhos de Lisboa 2022. A Aguardente XO 30.ª Série DOC Lourinhã (€52), da Adega Cooperativa da Lourinhã, que envelheceu entre oito a 23 anos em cascos de madeira usada, recebeu a distinção maior, a “Medalha de Excelência”. Esta combinação de diferentes períodos de estágio é determinante para as características aromáticas e gustativas da aguardente, reveladora de grande complexidade, seja no nariz, seja na boca, taninos suaves e um final longo e persistente.
A Aguardente Matriz XO DOC Lourinhã (€40), também da Adega Cooperativa da Lourinhã, conquistou, por sua vez, a “Medalha de Ouro”. Com idade mínima de estágio de cinco anos, feitos em cascos de carvalho francês, português e castanheiro, esta aguardente vínica apresenta uma bonita cor topázio. No nariz, denota uma ligeira complexidade de aromas, com destaque para a baunilha e os frutos secos; na boca, expressa um ligeiro toque doce e de especiarias. Final longo e alguma persistência.
Dona Paterna
Obtida a partir da destilação de vinhos elaborados com a casta Alvarinho, eis a Aguardente Vínica XO Dona Paterna, de Carlos Codesso, envelhecida em cascos de carvalho durante vários anos. Produzida na adega Dona Paterna, instalada na Quinta da Carvalheira, em Paderne, concelho de Melgaço, na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, apresenta uma cor topázio e denota complexidade, no nariz, graças aos característicos da madeira das barricas. De sabor macio, revela-se estruturada e untuosa na boca. Ganhou “Medalha de Ouro” na categoria de “Aguardente de Vinho Verde”, no Concurso dos Vinhos Verdes 2022, iniciativa promovida pela Comissão Vitivinícola da Região dos Vinhos Verdes, realizado a 27 de abril, em Viana do Castelo.
Quinta de S. Francisco Aguardente Vínica Velha XO 12 anos
Do 2.º Concurso de Vinhos Escanções de Portugal, que teve lugar nos dias 15 e 16 de julho de 2022, foram distinguidas três aguardentes vínicas produzidas em regiões vitivinícolas diferentes.
A começar pela Tempus Aguardente Vínica, das Caves Santa Marta, situada em Santa Marta de Penaguião, no Douro, premiada com a “Grande Tambuladeira de Ouro”. De tom dourado, aroma intenso e final longo e persistente, esta finíssima aguardente foi produzida na destilaria desta adega.
A “Tambuladeira de Ouro” foi para a Quinta de S. Francisco Aguardente Vínica Velha XO 12 anos (€35), da histórica Companhia Agrícola do Sanguinhal, fundada, em 1926, por Abel Pereira da Fonseca e com sede no Bombarral, pertencente à região dos Vinhos de Lisboa, resulta da tradição e do conhecimento desta família no que à produção de aguardentes diz respeito. Feita a partir das castas Boal Alicante e Malvasia Rei, apresenta cor topázio e a delicadeza dos aromas no nariz, a par com notas de mel e baunilha, resultantes do envelhecimento em cascos de carvalho. Os taninos macios, a complexidade e a intensidade, na boca, traduzem-se num final longo e persistente.
O “Selo Qualidade de Ouro - Vinhos de Planície” foi entregue à Adega de Borba, pela sua ABC Aguardente Vínica Reserva 2015 (€24,99). Obtida através da destilação de vinho branco, feito, maioritariamente, a partir da casta Roupeiro, possui cor dourada e aromas cítricos e a mel. Na boca, sobressaem a frescura, a acidez e uma mui agradável untuosidade, com final longo. A Adega de Borba, fundada em 1955, foi a primeira a ser constituída, no Alentejo, no âmbito das adegas cooperativas.
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