A chefe de partida do Six Senses Douro Valley, em Lamego, sagrou-se dia 29 de junho vencedora da edição 33 do concurso com pratos tradicionais, adaptados para intolerantes à lactose e ao glúten.
“A sensação é a de tirar a mochila pesada que tinha às costas”, assume Ana Magalhães, ao ser anunciada como a grande vencedora do concurso de Chefe Cozinheiro do Ano 2022, que decorreu dia 29 de junho na Feira Internacional de Artesanato, na FIL, em Lisboa. Ao Boa Cama Boa Mesa disse ainda ser igualmente um alívio chegar ao fim por se ver “livre da pressão de ser a mais nova e por ser mulher”.
Ana Magalhães, de 26 anos, é a quinta mulher a vencer a prova, com propostas de cariz tradicional, mas adaptadas a intolerantes ao glúten e à lactose, patologia de que sofre e com a qual se debate diariamente. Justifica a vitória com a aposta em “sabores simples, bem trabalhados, com alguma técnica e métodos de confeção”. A vitória, com estes pratos, considera, “mostra que quem é intolerante não representa um problema para qualquer cozinha”. Vai continuar por Lamego, no restaurante do Six Senses Douro Valley, hotel premiado com uma Chave de Ouro pelo Boa Cama Boa Mesa 2022, mas quer “expandir os horizontes”.
A chefe de partida do Six Senses Douro Valley, em Lamego, é a quinta mulher a vencer a competição (a última foi há 23 anos), o que é razão para estar “muito orgulhosa do trabalho”. O menu apresentado pela concorrente foi “Escabeche de cavala com amêndoa e ervas”, como entrada, “Grão-de-bico com línguas de bacalhau” na proposta de prato de peixe, “Cabrito assado com arroz de miúdos” no prato de carne e “Leite-creme de alfazema, chocolate, mel e limão” como sobremesa.
Ana Magalhães tem 26 anos. É formada em Gestão e Produção de Cozinha na Escola de Hotelaria e Turismo de Lamego, tendo iniciado o seu percurso profissional no Hotel Rural Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, passando depois pelo Hotel Vila Park e pelo Falésia Hotel. Em 2014, foi trabalhar para o The Yeatman. Em 2019, juntou-se à equipa do Hotel Six Senses Douro Valley, onde exerce o cargo de chefe de partida. O prémio Sustentabilidade Makro foi entregue também a Ana Magalhães.
O segundo lugar nesta 33.ª edição do Concurso Chefe Cozinheiro do Ano foi atribuído a Fábio Santos do Restaurante Landeira, em Tomar e em terceiro ficou Nuno Dinis Ferreira do Bairro Alto Hotel, em Lisboa. Foi ainda entregue o Prémio Helmut Ziebell à sobremesa “Melosa, Figueira e Laranja”, da autoria de Manuel Pires, do Santa Maria Petisca Ria. O Prémio Virgílio Gomes distinguiu a sobremesa “Leite-creme de Alfazema, Chocolate, Mel e Limão”.
Nuno Dinis Ferreira do Bairro Alto Hotel, em Lisboa, terceiro classificado, competiu com “Pargo, bivalves e algas” como entrada, “Bacalhau, bochecha e nabiças” na opção peixe, e “Pá de borrego, miudezas e feijocas” na opção carne. A sobremesa foi “Pêra, requeijão e tomilho”.
A competição Chefe Cozinheiro do Ano já distinguiu figuras de renome no panorama gastronómico nacional como Henrique Sá Pessoa, em 2005, João Rodrigues em 2007, ambos galardoados como Chef do Ano para o guia Boa Cama Boa Mesa, bem como António Loureiro em 2014, Garfo de Ouro em 2022 com o restaurante A Cozinha por António Loureiro, e ainda Luís Gaspar, em 2017, atualmente responsável pelo lisboeta Sala de Corte, recentemente eleito como uma das melhores 50 steakhouses do mundo no ranking anual World’s Best Steak Restaurants.
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