Jornal Nordeste

Professores indignados

23 setembro 2009 11:44

Jornal Nordeste/Sandra Canteiro

Um grupo de professores de Bragança acusa o Ministério da Educação de não ter em conta a lista de graduação profissional e as prioridades de cada um durante a colocação.  

23 setembro 2009 11:44

Jornal Nordeste/Sandra Canteiro

Esta situação obriga alguns docentes, que previam ocupar vagas mais perto do local de residência, a leccionar a vários quilómetros da capital de distrito.

"A minha preferência era o agrupamento Paulo Quintela, em Bragança, que é onde moro e, sendo eu a primeira a primeira na lista de graduação, fui colocada na minha sexta opção, que é Torre Dona Chama, o que obriga a fazer 100 quilómetros diários", explicou Natividade Maio.

Já o segundo da lista, Leonel Barreira, lamenta que a colocação de docentes não tenha obedecido à graduação profissional, nem à manifestação de preferências. "Eu deveria ficar na minha primeira ou segunda opção, mas o que verifiquei é que foi colocado um colega que estava muito depois de mim na lista", adiantou o docente, que vai ocupar uma vaga no concelho de Mirandela, quando esperava vir a leccionar numa escola em Bragança.

Para José Domingues, do Sindicado de Professores do Norte, o que se passou é que "em vez de colocar os professores nas opções de cada um e por graduação, o Ministério da Educação ocupou as vagas de qualquer modo".

Esta situação implica que, "docentes que contavam ficar em determinado sítio, tenham sido colocados noutro que os obriga a fazerem centenas de quilómetros diários, enquanto aguardam pela resposta à reclamação que já apresentaram", sublinhou o dirigente.

Também Isabel Guerra se queixa de ainda não ter sido colocada, quando colegas seus, que se encontram em posições inferiores na lista de graduação profissional, já ocuparam vagas em estabelecimentos de ensino.

Professores do Quadro queixam-se que "são colocados depois dos contratados"

"Fiquei na bolsa de recrutamento, mas não fui colocada na primeira fase e, para meu espanto, nem na segunda, que foi no passado dia 11, sabendo eu que alguns meus colegas, que estavam abaixo de mim na lista de graduação, já conseguiram lugar", informou a docente.

Isabel Guerra revelou, ainda, que não entende porque é que o Ministério da Educação "não está a colocar professores do Quadro, quando alguns contratados já ocuparam vagas". Até ao momento, a queixosa ainda não recebeu nenhuma resposta da parte da Direcção - Geral dos Recursos Humanos da Educação (DGRHE). "Continuo a substituir colegas e a deslocar-me todos os dias para Amarante, sendo que eu vivo em Bragança", lamenta.

Para Carlos Silvestre, do Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados pelas Escolas Superiores de Educação e Universidades (SEPLEU), esta situação é dúbia, tendo em conta a legislação em vigor.

"O que se depreende é que as preferências perdem a validade e que ficam todas em igual prioridade, sendo que uma escola acede à aplicação informática e esta vai buscar o primeiro docente da lista de graduação profissional", salientou o responsável.

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