12 agosto 2009 11:15
A Polícia Marítima identificou nas últimas semanas diversas pessoas que praticavam naturismo em praias não oficiais, mas onde o nudismo é tolerado há vários anos. O Clube Naturista do Algarve queixa-se de perseguição e alerta que estas acções podem afugentar os turistas naturistas da região, depois de um grande esforço para legalizar mais espaços a nu no Algarve.
12 agosto 2009 11:15
Agentes da Polícia Marítima identificaram e intimaram diversos naturistas a vestirem-se, nas últimas duas semanas, em praias onde a prática do nudismo não é oficial, mas é tolerada e aceite por todos há vários anos.
A maioria dos casos que o Clube Naturista do Algarve (CNA) denuncia ocorreu na Praia Grande, em Pêra, e há relatos de situações em que as autoridades terão mesmo chegado a fazer ameaças de prisão caso os naturistas não acatassem as ordens para se vestirem.
"Recebemos vários telefonemas e mensagens de naturistas nacionais e estrangeiros relatando situações onde foram tratados como vulgares criminosos", revelou o presidente do CNA, Álvaro Campos.
O responsável recorda que a Praia Grande "é conhecida nacional e internacionalmente como uma praia nudista desde a década de 70", pelo que considera as acções da Polícia Marítima desajustadas à realidade. Isto numa altura em que, como realçou Álvaro Campos, "o clube prepara-se para entregar na Câmara de Silves, no próximo mês de Setembro, o processo de legalização daquela praia, correspondente a uma extensão de 200 metros".
Esta não é a primeira vez que os naturistas do Algarve tentam legalizar esta praia, uma vez que o CNA também tentou, há cerca de dois anos, legalizar a praia como naturista junto da autarquia de Silves. No entanto, a resposta nunca chegou e agora os naturistas querem voltar à carga "com dados mais actuais".
Outra praia que tem sido alvo das acções da Polícia Marítima é a da Ilha de Tavira, também conhecida pela Praia das Quatro Águas, onde os naturistas também se queixam de perseguição. "As pessoas são abordadas por agentes que não admitem o naturismo fora da praia oficial (Praia do Barril), que fica um pouco fora de mão para os turistas", lamentou o presidente do CNA. Autoridades "espantam" turistas Álvaro Campos realça que "esta não é a melhor maneira de se promover o turismo, tanto nacional como estrangeiro" e acusa mesmo as autoridades marítimas de estarem a "espantar" os turistas.
"Como é lógico, repudiamos as actividades exibicionistas ou práticas sexuais naqueles espaços, as quais são puníveis criminalmente.
Este clube, assim como a Federação Portuguesa de Naturismo e entidades ligadas ao turismo, têm feito ultimamente um grande esforço no sentido de atrair turistas naturistas para a região, pese embora as ofertas a nível de infra-estruturas naturistas serem praticamente inexistentes e, de uma forma abrupta, constatarmos que esse mesmo esforço se esfuma", afirma o fundador do clube algarvio.
Por isso, o CNA já denunciou estes casos ao Governo Civil de Faro, ao Turismo do Algarve e ao comandante da Polícia Marítima, pedindo a estas entidades que intercedam "para evitar situações desagradáveis como estas".
"O Clube Naturista do Algarve defende o patrulhamento da Polícia Marítima, lamentamos é o facto de o mesmo não ser feito nas praias oficiais naturistas", referiu Álvaro Campos, concluindo que "todos os comportamentos exibicionistas e práticas sexuais mancham a imagem do naturismo e são esses que devem ser punidos".