19 fevereiro 2011 8:37
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O Slow Food tem um novo projecto ambicioso: criar mil hortas em comunidades africanas do Terra Madre, escolas, aldeias e periferias das cidades. O desafio foi lançado em Outubro passado, por ocasião do Terra Madre, o encontro mundial das comunidades do alimento. As primeiras hortas serão organizadas nos países onde há uma presença sólida do Terra Madre (Quénia, Uganda, Costa do Marfim, Mali, Marrocos, Etiópia, Senegal e Tanzânia) e depois, pouco a pouco, nos restantes países.
A ideia das "Mil Hortas em África" não é nova, nasce a partir de inúmeras experiências (agrícolas e didácticas) que o Slow Food já realizou. As hortas serão cultivadas segundo técnicas de cultivo sustentáveis (compostagem, produtos naturais para o combate de infestantes e insectos, gestão racional da água), com variedades locais e segundo princípios de associação entre árvores frutíferas, verduras e plantas medicinais, sendo sempre privilegiadas as variedades locais. O projecto visa promover também a troca de sementes entre as comunidades, para preservar a biodiversidade e melhorar a autonomia dos agricultores.
O projecto "Mil Hortas em África" garante a formação a agricultores e jovens, favorece o conhecimento de produtos locais e da biodiversidade, o respeito pelo meio ambiente, o uso sustentável do solo e da água, transfere os saberes dos idosos às novas gerações e fortalece o espírito de colaboração. Fazer uma horta significa também garantir às comunidades locais a disponibilidade diária de alimentos saudáveis e frescos, melhorando a qualidade de vida e economizando.
"Mil Hortas em Africa" será um dos temas principais do Terra Madre Day, no dia 10 de Dezembro, quando a rede global do Slow Food celebrar o 'alimento local', com centenas de eventos no mundo todo. Para apoiar um projecto, durante cada evento será possível organizar colectas de fundos, ou criar irmandades com uma ou mais hortas africanas.
Adoptar uma horta significa cobrir custos de equipamento, formação, material didáctico e assistência técnica. Também permite contribuir para que jovens africanos possam estudar na Universidade de Ciências Gastronómicas e pagar uma parte das despesas de viagem de alguns delegados africanos no próximo encontro do Terra Madre.
As hortas do Terra Madre em África serão administradas pelas comunidades, mas também haverá a participação de estudantes que se formaram pela Universidade de Ciências Gastronómicas. Graças às bolsas de estudos oferecidas pelo Slow Food, diversos jovens africanos conseguirão estudar em Itália, na Universidade de Ciências Gastronómicas e, depois de formados, voltarão para os seus países de origem para ajudar as comunidades locais a fortalecer a própria economia, preservando sua identidade cultural.