24 abril 2014 13:07
24 abril 2014 13:07
Ninguém é completamente livre porque para o ser teria de ser completamente sozinho. Por isso, a liberdade individual em absoluto não existe. Também não existe uma definição universal de liberdade nem uma equação matemática que permita chegar até ela. A liberdade, apesar de ser um conceito vago e preso a tantas convenções sociais e governativas, faz-nos sentir em paz quando nos sentimos parte dela. Aproximamo-nos da liberdade quando cultivamos relações desinteressadas, quando temos a capacidade de vermos o mundo sem qualquer preconceito - o que só é alcançado com o conhecimento da vida - quando não temos preocupações materiais quer ao nível das necessidades básicas quer ao nível do consumo desnecessário e quando não temos medo em assumirmos o que pensamos e sentimos, isto é, em assumirmos quem somos.
Contudo, a liberdade não é sinónimo de felicidade. Muitos vivem certamente felizes e terrivelmente aprisionados sem se aperceberem. Por isso, a liberdade também é uma tomada de consciência. A verdade é que se esbarra unicamente nesta questão, de sermos livres ou não, quando gostaríamos de fazer uma opção que sabemos não ter liberdade para a fazermos porque, até essa altura, vivíamos bem com todas as prisões que nos ofereciam uma aparente liberdade. Apesar de todos os condicionalismos não há maior liberdade do que a liberdade de espírito! Mas esta liberdade é individual e, por isso, sem definição universal.
A liberdade social tem-se adquirido através do estabelecimento de direitos que são alcançados através de contratos onde estão inerentes deveres e responsabilidades. Por isso, a liberdade social também não existe efectivamente pois para conseguirmos alguns tipos de liberdade temos de nos acorrentar num sistema complexo de regras e de leis. Ou seja, a liberdade social não passa de uma invenção fruto da organização de cada nação.
Até que ponto nos oprimimos a nós próprios e aos outros? Até que ponto somos livres? Aquilo que nos rouba a liberdade dá-nos outro tipo de liberdade? Talvez não exista uma única liberdade mas vários tipos de liberdade em que rescindimos de uns para alcançarmos outros. Ou seja, a liberdade pode ter uma classificação qualitativa e quantitativa completamente dependente das variáveis de cada um. Cada um de nós sabe o que condiciona a sua própria liberdade, até que ponto entregaria a sua liberdade e em que sentido se sente livre. Não há nada que acorrente mais a liberdade do que a resignação, a inacção e o medo.