29 novembro 2013 1:52
29 novembro 2013 1:52
O simples facto de estabelecermos objetivos é, muitas vezes, ver ou criar oportunidades, no sentido de os objetivos teóricos se poderem materializar em oportunidades práticas. Estabelecer objetivos talvez faça parte do instinto de sobrevivência humano, na ânsia de saciar a curiosidade, em querer saber mais, de testar os próprios limites, de construir.
Os objetivos verdadeiros, e que normalmente se cumprem, são aqueles que vão ao encontro de quem somos, daquilo que gostamos e acreditamos. Traçar objetivos dá início ao processo de construção e chegamos até eles numa espécie de resposta à pergunta "o que faria se ganhasse o euromihões?", isto é, sem limitações, sendo que a pergunta neste caso é: o que deseja no seu íntimo alcançar a médio prazo?
Depois dos objetivos estarem definidos é como se aquilo que queremos já tivesse alguma forma, apesar do medo ou da insegurança os tentarem apagar. Somos invadidos por uma sensação de esperança, sem percebermos muito bem se foi a esperança que nos levou a estabelecer objetivos ou se ao estabelecermos objetivos ganhamos uma nova esperança, com a poderosa sensação que tanto o presente como o futuro afinal também nos pertencem.
Quando se veem ou criam oportunidades, percebe-se que estas sempre existiram, nós só estávamos de costas voltadas. É como se a realidade escondesse algo que não estava escondido, como se estivéssemos à procura de um jardim enorme numa imensa cidade quando guardamos as sementes cá dentro. Por vezes, vemos apenas os pormenores, noutras as grandes coisas, quando estarmos abertos a ver tudo, é vermos realmente sem encurtarmos voluntariamente o alcance da nossa vida no futuro. Quando descobrimos uma nova realidade dentro da realidade onde vivíamos, descobrimos muitas vezes uma pessoa diferente daquele que julgávamos ser.
Quando se parte para a realização das oportunidades, criam-se obrigatoriamente responsabilidades. Claro que não criar responsabilidades é uma maneira de fugir às mesmas. Talvez por isso haja quem prefira desprender-se de compromissos pois estes também exigem responsabilidade, mas nada se constrói sem estes. Por isso, criar oportunidades também é fazer escolhas, sendo um engano pensar-se que não escolher é uma escolha, quando é apenas ficar parado.