7 março 2014 0:14
7 março 2014 0:14
É inevitável, chega o dia 8 de Março e sinto a necessidade de escrever sobre este dia. Preferia não sentir esta necessidade. Este dia teria mais sentido se fosse unicamente um dia de comemoração de todas as mulheres que lutaram pela igualdade entre os géneros. Se assim fosse seria um dia merecedor de festa, mas ainda continua a ser uma luta. Em vez de rosas ofereçam-nos cravos! Num mundo perfeito este dia nem sequer deveria existir, não deveria marcar a diferença e, no entanto, parece estar ainda tão longe de não merecer atenção. O que se verifica é uma permanente, e infelizmente crescente em alguns casos, desigualdade entre ambos os sexos.
A Comissão Europeia verificou que a desigualdade salarial (diferença média entre a remuneração horária) entre homens e mulheres em Portugal, em 2008, era de 9,2%, enquanto em 2012 atingiu 15,7%, o que faz com que as mulheres portuguesas, teoricamente, necessitem de trabalhar mais 65 dias, isto é, pouco mais de dois meses, para ganharem o mesmo que os homens.
Esta realidade, a par com o desemprego, faz com que algumas mulheres confundam as motivações pessoais com as profissionais para criarem ou não a sua família. O objetivo único da mulher deixou de ser há muito tempo a procriação, desde a altura em que não lhes era permitido ambicionar mais nada. Atualmente a maternidade começa a ser novamente uma maneira de preencher o vazio da auto-realização profissional - quando têm um suporte familiar que o permita fazer - em vez de ser unicamente impelida pelo instinto e desejo maternal. Noutro extremo, algumas mulheres tentam copiar e seguir os comportamentos masculinos, sendo pouco ou nada aceites quer por homens quer por mulheres.
Mas afinal qual é o papel da mulher na nossa sociedade, qual é o seu espaço? Que espaço e que papel quer ocupar? Não deve ser, com toda a certeza, competir com o homem! Nem resignar-se com aquilo que a sociedade atual tem para lhe oferecer. Talvez a sua missão seja encontrar o seu caminho tal como é, denunciar situações de abuso ou desigualdade relativamente a si ou a qualquer outra mulher, lutar pela igualdade entre os géneros em que um não é superior ao outro, apenas diferente, e mostrar como a sua diferença pode ser uma mais-valia.