Na Champions somos todos portistas

Quem viu ontem o FC Porto empatar em Old Trafford com o Manchester United, depois de durante grande parte do jogo ter sido superior ao campeão europeu e mundial de clubes, só pode ter sentido orgulho. E quando o FC Porto, mais do que merecidamente, empatou o jogo, eu próprio, sportinguista convicto, me senti portista.

Aliás, depois da humilhação a que o Sporting foi sujeito nos oitavos de final da Champions, sendo eliminado pelo resultado acumulado histórico de 12-1 (!), a exibição e o resultado do FC Porto constituíram um bálsamo para a imagem do futebol português no mundo.

É claro que, olhando para o onze portista, encontram-se lá apenas dois portugueses (Bruno Alves, que cometeu um erro incrível que permitiu ao Manchester empatar a partida, e Raúl Meireles, que fez um grande jogo), o que pode significar que ou Portugal não produz jogadores de suficiente classe ou não consegue manter no país os que tem essa classe.

Sob esse aspecto, o Sporting é a equipa mais portuguesa dos três grandes - e, para consumo interno, a manta, embora sendo curta, vai dando para as encomendas, muito pelo trabalho e pela teimosia de Paulo Bento. Mas, a nível europeu, temos de reconhecer que a equipa leonina está bem abaixo da média.

Por isso, a partir de agora na Champions, somos todos portistas. Eu, pelo menos, sou. E quero sublinhar ainda que, com esta exibição e este resultado, Jesualdo Ferreira ganhou direito a ser considerado um dos melhores treinadores portugueses de sempre.