Bola Azul

Se o ridículo matasse...

23 setembro 2009 17:02

António Tavares-Teles

23 setembro 2009 17:02

António Tavares-Teles

Segundo a teoria de Manuela Ferreira Leite, agora secundada por esse tenor de aviário que dá pelo nome de Paulo Rangel, eu deveria estar agora aqui a escrever a medo, e com medo.

Medo inclusive já não só de Sócrates mas igualmente desses perigosos agentes da intimidação que os portugueses têm visto desde o tempo do fascismo sistematicamente envolvidos em operações de repressão da liberdade, e que são evidentemente Mário Soares e Manuel Alegre.

Se, "à défaut" apresentar um programa político, o PSD continuar na desesperada via por onde se meteu, ignorando o real risco de morrer às mãos do mais impudorado ridículo de que na política (mesmo em tempo de campanha eleitoral) este país conheceu, não me custa a acreditar que o PS vai, no próximo dia 27, ganhar as eleições por uma margem muito superior a tudo quanto as sondagens indicam... A não ser é claro que, um dia destes, um assessor da "velha senhora" surja a garantir que nem ela (que, para citar alguém que o escreveu recentemente, tem a facilidade de expressão de um gago que tentando dizer otorrinolaringologista) nem o dito Paulo Rangel quiseram dizer o que disseram com os seus respectivos disparates. E, nesse caso, talvez que o prejuízo para eles seja menor. De outra forma... Tudo isto no entanto para garantir que não escrevo a medo nem com medo e, por isso mesmo, sem temer represálias do Governo, eis o que sinto:

1 - Que o Braga merece estar no primeiro lugar só com vitórias (apesar do felicíssimo golo de Alan).

2 - Que o FC Porto deu no Axa uma pálida ideia de si mesmo, isto é, da equipa consistente e ganhadora que tem sido e o fora mesmo em Stamford Bridge.

3 - Que o Benfica, quando bem pressionado no meio-campo, torna-se frágil, não sendo desse modo nada dispicienda a ajuda com que (4 penáltis em 5 jogos) os árbitros o têm brindado.

4 - E que Vítor Pereira faria bem em não colocar nos ombros de Lucílio Baptista e Pedro Henriques todas as culpas dos generalizados erros de julgamento dos seus apaniguados.

Entre muitas outras coisas, naturalmente. Mas, por hoje, basta.

P.S. Cavaco Silva demitiu Fernando Lima. Mas terá sido este a cabeça ou apenas o chapéu? Seria bom sabê-lo e o PR deve-nos uma explicação.