1 novembro 2009 9:00
1 novembro 2009 9:00
Yasser Arafat, líder da Fatah, uma facção da Organização de Libertação da Palestina (OLP), chegou a Lisboa para debater durante 5 dias a questão palestiniana, juntamente com mais 750 delegados de 100 países.
Na véspera da realização da "Conferência Mundial de Solidariedade com o povo Árabe e a Palestina", já Arafat se havia reunido com o Presidente Ramalho Eanes, num encontro que duraria quase duas horas. Era a primeira vez que o líder palestiniano era recebido por um chefe de Estado europeu.
No dia seguinte, o general Costa Gomes, ex-presidente da República, discursava na abertura da conferência, na qualidade de líder do Comité para a Paz e a Cooperação - uma organização de acção política com conhecidas conotações com a então URSS - na qual estavam também presentes representantes do PS, PSD e, claro, do PCP.
No documento saído desta conferência - Declaração de Lisboa - eram condenados os acordos de Camp David e exigida a retirada imediata de Israel dos territórios árabes, incluindo a cidade de Jerusalém.
Fruto da sua luta pela paz entre palestinianos e israelitas, Arafat e Itzhak Rabin (primeiro-ministro de Israel) seriam galardoados em 1993 com o Prémio Nobel da Paz. Rabin foi assassinado em 1995 por um fanático judeu e Arafat morreu em Paris vítima de doença, em 2004, sem que se visse a resolução do intrincado problema da Palestina.
Texto publicado na edição do Expresso de 31 de Outubro de 2009
