28 setembro 2009 9:00
28 setembro 2009 9:00
Foi preciso esperar 16 anos para que as duas partes - José Eduardo dos Santos e Jonas Savimbi - se encontrassem para o acordo de paz de Bicesse. E depois foi preciso o mesmo número de meses para se concretizar o sonho pós-independência, em 1975 - as tão desejadas eleições, presidenciais e legislativas.
Luanda (e todo o país) estava pejada de um dispositivo policial desmesurado, como se tratasse de um estado de sítio - coisa a que os luandenses já não estavam habituados depois da guerra civil - dadas as preocupações com o acto eleitoral dos dias 29 e 30 de Setembro, para que tudo corresse bem. E correu. Correu muito bem, dada a afluência às urnas ter ultrapassado os 70% só no primeiro dia. O povo queria a paz e a creditava que a podia conseguir pelo voto.
Os votos foram contados, mas os que perderam (a UNITA) não concordaram e exigiram a recontagem, pois os primeiros resultados deixavam de fora a possibilidade de uma segunda volta das presidenciais a Savimbi e goraram-se os seus incontidos desejos de passar da residência do Miramar para o inexpugnável palácio presidencial do Futungo de Belas.
Conseguido esse desejo, Savimbi aguardava agora a marcação da segunda volta, que o levaria ao cume das suas aspirações políticas.
Os acontecimentos precipitaram-se e Savimbi teve de fugir de novo para o Huambo levando atrás de si uns esperançosos 40% nas eleições.
Ficou à espera no seu refúgio da Jamba, mas nunca mais regressou a Luanda.
