17 dezembro 2012 13:40
17 dezembro 2012 13:40
Além de viagens exóticas, jóias, bebidas e outras "despesas de representação", Miguel Graça Moura comprou, com dinheiros públicos, lingerie feminina e masculina (masculina?!) e revistas Playboy.
Querem agora condenar o homem, o que é flagrantemente injusto: tramaram-no porque foi meramente um mãos largas e arrojada pessoa de escancarados horizontes.
Quem dá gojetas de 10 euros é apenas um tipo generoso e cuidadosamente atento, se fosse a partir de 1 de Janeiro estaria a ser mauzinho porque contribuiria para significativo aumento do IRS do empregado.
Depois, um maestro que afirma que foi graças aos presentes que distribuiu que "se abriram as portas" que permitiram a internacionalização da Orquestra Metropolitana de Lisboa, tem necessariamente de ser um mago do marketing.
O seu advogado de defesa diz que não houve nenhum uso indevido de dinheiros públicos porque o maestro "não era um simples funcionário". Claro que não era um simples funcionário, era um genial visionário que utilizou iniciativas promocionais com as quais Karajan ou Bernstein nunca sequer sonharam.
Afirma agora, descoroçoado, o maestro: "Saí da Orquestra pior do que entrei. Com a minha carreira destruída, sem a mínima fortuna, a viver numa casa emprestada e a deslocar-me num carro emprestado. Se fiz peculato, sou o mais estúpido dos burlões".
Calma, Miguel Graça Moura, o maestro não é nem burlão nem, muito menos, estúpido: agora e provisoriamente poderá estar com uma mão à frente e outra atrás (coisas da lingerie masculina...) mas vai ver que isso passará depressa, e sabe porquê? Basta atentar no exemplo das dúzias e dúzias de gestores que utiliza(ra)m prendinhas para se promoverem e ao fim de uns tempos estão a auferir muito mais do que alguma vez ganharam quando eram 'simples funcionários'.
E estou convicto que nenhum deles foi tão imaginativo na escolha de presentes como o maestro, portanto creia que daqui a nada vai poder voltar a usufruir da colorida companhia daqueles a quem generosamente presenteou com tais e tão sui generis amuse-bouche.
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