26 maio 2012 9:00

"E quem és tu?", pergunta Chávez. "A tua verdadeira oposição", responde a Morte.
ilustração de matador, colômbia
Embora o Hugo Chávez sempre tenha garantido que será candidato às eleições presidenciais de outubro, a sua doença faz pairar a dúvida na Venezuela. Há rumores crescentes sobre o nome de um eventual sucessor.
26 maio 2012 9:00
Como se não bastasse ter de lutar contra o cancro, Hugo Chávez vê-se forçado a travar uma batalha pela preservação do chavismo. O calendário pressiona-o cada vez mais: a 7 de outubro haverá eleições presidenciais.
De momento, Chávez faz viagens de ida e volta a Havana para sessões de radioterapia [quatro desde 24 de março]. Ainda controlará as suas tropas? Conseguirá gerir as lutas intestinas? Continuará a ditar a política do país? Tudo leva a crer que a Venezuela vai entrar num delicado período de transição.
Hoje, ninguém sabe nada", insiste, em Caracas, o comentador político Alfredo Maldonado. "Todos os holofotes se voltam para a vice-presidência", acrescenta. É preciso dizer que o tom da eventual transição, seja ele pré ou pós-eleitoral, dependerá do vice-presidente. É por isso que se tornou recorrente, entre todos os rumores em circulação, o da possível substituição do atual titular desse cargo, Elías Jaua, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Nicolás Maduro.
Vice-presidente sucede a Chávez?
Para Maldonado, redator-chefe da revista digital "Venezuela Analítica", "o novo vice-presidente sucederá a Chávez, pelo menos em caso de transição forçada". Segundo a Constituição, o Presidente pode designar, a qualquer momento, um novo vice-presidente. Após 13 anos de Chávez no poder, sete candidatos podem aceder à função.
Quer a escolha recaia sobre o atual ministro do Negócios Estrangeiros ou sobre o vice-presidente, ambos estão entre os mais castristas do chavismo. Maduro tem duas vantagens. A primeira é a sua mulher, Cilia Flores, procuradora-geral da Venezuela. A segunda é a confiança total que merece à dupla Chávez-Fidel, que não é de menosprezar.
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