Cibercidadania

Voto electrónico: do ciberdebate para a agenda eleitoral?

12 fevereiro 2009 2:47

12 fevereiro 2009 2:47

Trinta e quatro cidadãos debateram online as vantagens e desvantagens do voto electrónico. Mas não foi um debate vulgar. Desde logo porque se tratou de um debate espontâneo. Depois, porque durou dois dias. Em terceiro lugar, porque decorreu sem moderador nem espaço organizado. Não houve conclusões oficiais - o que está mais perto disso será, eventualmente, este levantamento para o Expresso. Tudo começou ao início da noite do dia 4 de Fevereiro último, no Twitter, na sequência de uma das muitas notícias sobre o voto dos emigrantes. Um comentário, ou tweet, de Diogo Vasconcelos teve resposta e em poucos minutos gerou-se o debate através daquela rede social. Apesar de a imaginação ultrapassar a realidade, as vulnerabilidades dos sistemas informáticos continuam a ser um item - em especial quando exista centralidade. Foram evocados diversos exemplos, desde o caso brasileiro às experiências nas últimas eleições europeias - passando pelo ocorrido em Portugal nas legislativas de 2005. Aliás, o debate contou com o ex-presidente da UMIC, que impulsionou as experiências nacionais. No final notava-se sobretudo contentamento e a esperança de que o debate pudesse contribuir, de algum modo, para colocar a questão do voto electrónico na agenda eleitoral deste ano. Já terminado o debate no Twitter Diogo Vasconcelos referiu-me, numa troca de e-mails, alguns números esquecidos. "Os dois círculos de eleitores internacionais existentes têm já muito poucos registados: círculo da Europa (75.764 eleitores) e fora da Europa (72.395 eleitores). Quem vive no estrangeiro sabe como nada é feito para estimular a participação nas eleições portuguesas. Os quase quatro mil emigrantes que participaram na experiência de 2005 viram nesta iniciativa um sinal muito positivo (cf dados nos estudos com link abaixo). Lembro-me de inúmeras entrevistas dadas a rádios locais de emigrantes, onde se valorizou (e muito) esta vontade de envolvimento e participação. Investe-se (e bem) no "óbito na hora", no "casamento electrónico", etc - melhorar a participação devia ser uma prioridade: voto electrónico presencial com mobilidade em Portugal, voto electrónico nas Comunidades".

Documentos (em PDF) FEUP voto electrónico 2005: relatório final FCUL relatório final auditoria FEUP (Voto Electrónico 2005) relatório Unisys

Debate:

Paulo Querido, jornalista