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Roger Waters está a ser investigado pela polícia alemã: “Querem manchar a minha reputação”

Roger Waters
Roger Waters
Getty Images

Tal como havia feito em Lisboa, Roger Waters vestiu uma roupa semelhante à de um oficial nazi para encarnar a personagem Pink, de “The Wall”, em mais um concerto da digressão “This Is Not A Drill”. Na Alemanha, a polémica estalou e a polícia encetou uma investigação

Roger Waters está a ser investigado pelas autoridades alemãs, após ter usado uma roupa semelhante à das SS durante os concertos que deu em Berlim, a 17 e 18 de maio.

O fato, que também usou nos concertos em Lisboa, é uma alusão à personagem Pink, de “The Wall”, que no disco e no filme se imagina como um ditador fascista. Nos espetáculos de Waters, esta cena tem como propósito criticar regimes políticos totalitários.

Na Alemanha, porém, o uso de símbolos nazis é proibido, o que levou a polícia de Berlim a dar início a uma investigação. Em declarações ao “The Guardian”, um porta-voz da polícia afirmou que “o contexto das roupas usadas pode significar aprovação, glorificação ou justificação da liderança violenta e arbitrária do regime nazi, de uma forma que viola a dignidade das vítimas e perturba a ordem pública".

O músico já reagiu, via redes sociais, dizendo-se alvo de “má fé”. “Querem manchar a minha reputação, silenciar-me, porque não concordam com as minhas posições políticas e princípios morais”, afirmou.

“Os elementos da minha atuação que têm sido questionados são, claramente, uma crítica contra o fascismo, a injustiça, a discriminação em todas as suas formas. Querer conotar esses elementos com algo mais é hipócrita, e é politicamente motivado. A representação de um demagogo fascista louco tem feito parte dos meus espetáculos desde o ‘The Wall’, em 1980".

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“Passei toda a vida a insurgir-me contra o autoritarismo e a opressão. Sendo criança do pós-guerra, o nome de Anne Frank era muitas vezes falado em nossa casa. Tornou-se num símbolo do que acontece quando se deixa o fascismo florescer”.

“Independentemente das consequências destes ataques à minha pessoa, continuarei a condenar a injustiça e todos os que a cometem”, rematou.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: blitz@impresa.pt

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