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Revelado excerto da autobiografia de Rita Lee: "Um menino, rejeitado pela família por ser gay, disse-me que pensou desistir desta vida"

Revelado excerto da autobiografia de Rita Lee: "Um menino, rejeitado pela família por ser gay, disse-me que pensou desistir desta vida"

Na segunda autobiografia, que acaba de ser publicada no Brasil e chegará ainda este ano a Portugal, Rita Lee dedica um capítulo aos seus fãs mais jovens e à comunidade LGBTQIA+. “Dá vontade de pegar todos no colo e cantar baixinho no ouvido deles: ‘Você não está só, é só um nó que precisa ser desfeito’”, escreveu a cantora

Acaba de ser publicada no Brasil a segunda autobiografia de Rita Lee. Antes de morrer, a cantora deixou pronta a segunda parte da história da sua vida, na qual se foca nos problemas de saúde que enfrentou nos últimos anos, abordando também a pandemia de covid-19. Esta semana, a edição brasileira da “Rolling Stone” publicou um excerto de “Rita Lee: Outra Biografia”, no qual a artista fala da sua relação com os fãs mais jovens.

"Volta e meia recebo cartinhas de fãs, e alguns são bem jovens. (…) Dia desses, um menino, rejeitado pela família por ser gay, me disse que pensou até em desistir desta vida, mas que ao ouvir minhas músicas decdiiu ficar. Dá vontade de pegar todos no colo e cantar baixinho no ouvido deles: ‘Você não está só, é só um nó que precisa ser desfeito’", escreveu Rita Lee.

Mais à frente, reflete: “Sinto que é mais complicado ser jovem hoje, já que nunca tivemos essa superpopulação no planeta: haja competitividade, culto à beleza, ter filho ou não, estudar, ralar para arranjar trabalho, ser mal remunerado. (…) Queria dar beijinhos e carinhos sem ter fim nessa moçada e dizer a ela que a barra é pesada mesmo, mas que a juventude está a ser favor e, de repente, a maré de tempestade muda.”

Pode ler o excerto da autobiografia aqui.

Em Portugal, a segunda autobiografia de Rita Lee será publicada este ano, juntamente com uma reedição da primeira, inicialmente editada em 2017.

À rádio Antena 3, Rui Couceiro, da editora Contraponto, que publicará os livros em Portugal, afirmou: “Como muita gente, [a Rita Lee] decidiu aproveitar a pandemia para criar, [enquanto] começava a enfrentar uma fase dificílima da sua vida, ao saber que tinha cancro. E o livro é baseado nessa luta contra o cancro, durante essa fase estranha das nossas vidas, que foi a pandemia de covid. É um livro fortíssimo, com toda a honestidade que reconhecemos à Rita Lee, com muito humor, também. É um murro no estômago, mas do qual se sai com um sorriso."

Rita Lee morreu no passado dia 8 de maio, aos 75 anos. A sua morte foi lamentada por numerosos colegas de ofício e pelo Presidente do Brasil, Lula da Silva, que decretou três dias de luto oficial.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: blitz@impresa.pt

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