Nascido em Lisboa na última semana de 1989, Salvador Sobral tem apenas 33 anos — um jovem, atendendo ao panteão dos músicos que venera e com frequência louva, em concertos e entrevistas. Mas a intensidade do seu percurso peculiar — depois de estudar música em Barcelona, lançou em 2016 um disco que passou relativamente despercebido, acabando por ganhar a Eurovisão um ano depois — ensinou-o a desvalorizar muita coisa. O aparente fracasso da passagem pelo concurso “Ídolos”, por exemplo, no qual participou aos 19 anos, é agora visto como um triunfo (“Ajudou-me a criar a minha própria carreira. Se tivesse ganho, teria ficado preso a um daqueles contratos assassinos”, disse em março ao jornal “El Mundo”). Também a doença grave com que lidou durante o período de maior visibilidade pública, que se seguiu à vitória na Eurovisão, e que o levou a ter de fazer um transplante do coração, mostrou-lhe que nem tudo o que se escreve sobre si é verdade. Sentado no Auditório Mar de Vigo, horas antes de um concerto no qual encantará uma plateia composta sobretudo por fãs galegos, recorda esses tempos em que, para surpresa de todos, se transformou numa espécie de estrela rock. “Nessa altura foi mais difícil. Ganhei muita atenção, mas não era a atenção de quem gosta de música, mas sim de quem gosta de fama e de sangue. Estava no hospital e lia uma revista a dizer: ‘Salvador às portas da morte’. Ah é?”, recorda, entre risos.
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