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Marilyn Manson acusado de ter violado uma fã menor de idade

Marilyn Manson
Marilyn Manson
Agata Alexander

A revista “Rolling Stone” avança que, neste processo apresentado sob anonimato, também as editoras que representavam Marilyn Manson são acusadas de nada terem feito para travar o comportamento do músico, apesar de terem conhecimento da sua alegada “obsessão pela violência sexual e violação de menores”

Marilyn Manson terá abusado sexualmente de uma fã de 16 anos, que conheceu após um concerto que deu em Dallas, no estado norte-americano do Texas, em 1995. Segundo o processo apresentado em tribunal pela alegada vítima, sob anonimato, o músico, que na altura tinha 26 anos, continuou em contacto com a jovem nos anos que se seguiram, praticando mais crimes de natureza sexual e exercendo pressão psicológica e manipulação sobre a menor, afastando-a da família e fornecendo-lhe drogas e álcool.

Segundo a “Rolling Stone”, estes crimes terão ocorrido no início da carreira de Marilyn Manson, ao contrário das outras numerosas acusações de que o norte-americano foi alvo, que terão tido lugar na década de 2010. No processo entregue em tribunal, também as editoras que representavam Manson - a Interscope e a Nothing Records - são acusadas de nada terem feito para travar o comportamento do artista, e de outros membros da sua banda, apesar de terem conhecimento da sua alegada “obsessão pela violência sexual e pela violação de menores”.

Nos documentos aos quais a revista teve acesso, escreve-se que a jovem conheceu Marilyn Manson após um concerto deste, em 1995, acabando por ser vítima de violação no autocarro de digressão da banda. “Um dos membros da banda assistiu à violação. A queixosa ficou magoada, assustada, humilhada e confusa. No final, o réu [Brian] Warner [verdadeiro nome de Marilyn Manson] expulsou-a do autocarro e disse que, se ela contasse a alguém o que tinha acontecido, a matava a ela e a à sua família.”

Nos meses que se seguiram, Marilyn Manson terá continuado a solicitar a presença da jovem em concertos em vários pontos dos Estados Unidos, dando-lhe livre acesso a estupefacientes, fazendo ameaças e isolando-a da família: “O réu dizia à queixosa que só ele a compreendia”. O processo fala de um padrão de “manipulação, exploração e abuso sexual” que se terá prolongado durante alguns anos e que terá incluído episódios em que Marilyn Manson obrigava a jovem a fazer sexo consigo e com outros membros da sua banda em simultâneo, bem como insultos racistas.

Na sequência dos alegados abusos, a queixosa diz sofrer de “perturbações emocionais, físicas e psicológicas, incluindo vergonha, culpa e perdas económicas e emocionais”. A mulher procura uma indemnização não especificada e também medidas que, no futuro, evitem que o réu volte a abusar sexualmente de menores de idade.

À “Rolling Stone”, o advogado que representa a alegada vítima, Jeff Anderson, disse acreditar que este processo venha a ser um marco importante para esclarecer os abusos de uma indústria - a musical - onde “os perigos estão escondidos à vista de todos”.

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