A fadista Kátia Guerreiro, que a 23 de fevereiro apresenta o seu álbum mais recente, “Mistura”, ao vivo no Teatro Tivoli, em Lisboa, afirmou que “os portugueses não são os melhores amantes de fado”.
Em entrevista ao “Diário de Notícias”, a artista, que no disco lançado no final de 2022 conta com a colaboração de Rui Veloso, Rita Redshoes ou Tiago Bettencourt, diz: “Se não fossem os turistas, as casas de fado morriam.” Elogiando o papel de Mísia, que diz ter quebrado barreiras, Kátia Guerreiro estende, também, esses elogios a Paulo Bragança.
“O que levou as pessoas a voltarem aos fados foi a Mariza e eu começarmos a ter sucesso no estrangeiro. Aqui ninguém nos prestava atenção”, garante. “Depois chegam a Ana Moura, a Carminho, e há ali uma fase em que somos nós o bloco. (…) Depois surge uma nova geração a querer ser a Mariza e a Ana Moura e a fazer coisas novas à força, sem o conseguir. Parecia que nasciam fadistas debaixo das pedras.”
Considerando que o fado passa, hoje, por uma fase “nublada”, Kátia Guerreiro argumenta: “As pessoas não sabem se querem ouvir fado tradicional ou coisas novas. E não há espaço para o fado nas rádios, a não ser que se tenha algo mais comercial. Lá está, Portugal a tratar mal o fado”
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: blitz@impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes