Bon Iver em entrevista: “Odeio regras, são uma seca. O rock and roll está aqui para quebrá-las, mas também está cheio delas”

Em fevereiro de 2020, a pandemia era uma miragem e todos acreditávamos que o concerto de Bon Iver na Altice Arena, em Lisboa, fosse acontecer dali a dois meses. Sucessivamente adiado desde então, o espetáculo realizou-se, por fim, na passada sexta-feira. A BLITZ publica, na íntegra, a conversa que tivemos com Justin Vernon, mentor do projeto, e Trever Hagan, seu companheiro de banda e amigo de longa data, que Vernon pediu para participar na entrevista, para melhor explicar a ligação de ambos a Lisboa e ao fado. “É um dos meus sítios favoritos no mundo e sem dúvida a minha cidade favorita da Europa”, garantia o autor de “For Emma, Forever Ago” há quase três anos, numa conversa que completa a versão mais curta publicada na última edição da revista do Expresso.

Justin, quis que o seu companheiro de banda, Trever Hagan, participasse nesta conversa. Pode apresentá-lo?
Justin Vernon: O Trever sempre tocou connosco ao vivo em Bon Iver, com algumas raras exceções. É um grande colaborador meu e há mais de 20 anos que fazemos música juntos. O primeiro tema deste novo álbum [“I, I”, de 2019] somos nós os dois, a brincar ao free jazz. E também tocou nos últimos discos. É um colaborador muito importante para mim, e também o meu melhor amigo. Uma das razões pelas quais eu sugeri que ele participasse na conversa é que ele sabe mais do que eu sobre os motivos que me fazem gostar tanto de fado. Durante muitos anos viveu em Lisboa, e eu passava muito tempo lá. O Trever era o meu guia da cidade e da sua cultura, e uma das razões pelas quais gosto tanto dela.