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A economia da música ao vivo, segundo Lorde: “Não sei se têm acompanhado, mas deixem-me tentar explicar-vos”

A economia da música ao vivo, segundo Lorde: “Não sei se têm acompanhado, mas deixem-me tentar explicar-vos”
Getty Images

“Eu tenho sorte mas, para os artistas que vendem menos bilhetes que eu, as digressões tornaram-se numa luta entre chegar ao ‘break even’ ou aceitar as dívidas”, afirmou a artista neozelandesa, que na sua newsletter explica o que está a acontecer na indústria. “Houve quem cancelasse concertos por razões de saúde mental, e eu acredito mesmo que o stress foi a razão”

Lorde abordou o estado atual da indústria musical, numa publicação partilhada através da sua própria newsletter.

“Não sei se têm acompanhado a discussão sobre a indústria da música ao vivo, mas deixem-me tentar explicar-vos”, começou por escrever. “Basicamente, para os artistas, as promotoras e as equipas, as coisas estão num nível de dificuldade sem precedentes. Existe uma tempestade de fatores. Primeiro, enfiam três anos de espetáculos num só. Somem-lhe a queda da economia global e a preocupação, absolutamente compreensível, dos fãs de concertos com a sua saúde”, prossegui.

“Transportar um cenário de palco pelo mundo pode custar, hoje em dia, três vezes mais que antes da pandemia”, continuou. “Não percebo nada de dinheiro, mas sei o suficiente para perceber que nenhuma indústria tem uma margem de lucro assim tão alta”.

“Os preços dos bilhetes teriam que aumentar para responder ligeiramente a isto, mas ninguém quer cobrar mais dinheiro ao seu público. Assustar as pessoas cobrando o custo real não é opção, só queremos tocar para vocês. Eu tenho sorte mas, para os artistas que vendem menos bilhetes que eu, as digressões tornaram-se numa luta entre chegar ao break even ou aceitar as dívidas. Reparem que imensos artistas cancelaram espetáculos por motivos de saúde mental, e eu acredito mesmo que o stress foi um fator”.

“Queria só deixar-vos isto em mente para mostrar que nada é assim tão simples no que toca a andar em digressão, hoje em dia. Se os vossos artistas favoritos mostrarem um planeamento errático, isto pode estar na base”, rematou.

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