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Crítico de música do "Público" suspenso devido a plágio

Crítico de música do "Público" suspenso devido a plágio
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A direção do jornal “Público” “decidiu suspender a atividade redatorial do jornalista Vítor Belanciano”, acusado de plágio reiterado

Em texto publicado esta segunda-feira no site do “Público”, a direção do jornal diário declarou que “teve conhecimento neste fim de semana de novas situações que configuram a prática de plágio por um dos seus jornalistas”, Vítor Belanciano. Adiantou ainda que esta prática de plágio, “com o mesmo jornalista, que tinha sido objeto de uma denúncia à DE (direção editorial) e ao Provedor do Leitor, havia já sido reconhecida, lamentada e condenada”.

Com efeito nas redes sociais, concretamente na Facebook, a jornalista Joana Fillol, a autora daquela denúncia, tem várias publicações sobre este assunto, em que começou por questionar o Público sobre o plágio feito por Vitor Belanciano, “em texto publicado na edição de 18 de Setembro, que plagiava de forma inequívoca um artigo do “El País” de 27 de Julho”, para citar a DE da publicação. A situação motivou mesmo dois textos do provedor do leitor da publicação, José Manuel Barata-Feyo, em 1 de outubro (“Plágio”) e 8 de outubro (“A coluna do provedor não é um pelourinho”).

Em particular, Joana Fillol, que dirige uma publicação eletrónica intitulada “Jornalíssimo”, criticou o plágio em si, mas também a forma como a comunicação social tratou o assunto, que na sua opinião primou pelo silenciamento do caso, como acusou em 4 de outubro, em peça intitulada “Redações calam escândalo no jornalismo português”.

No seu texto, a DE do “Público” atribui a decisão tomada a desenvolvimentos no último fim de semana. Com efeito, a DE começou por recordar que “assumiu as suas responsabilidades [pelo caso de 18 de setembro] e pediu desculpas aos leitores, mas considerou que, mesmo sendo difícil de conceber como foi possível que um jornalista prestigiado e com uma longa carreira tenha cometido este erro, a verdade é que os jornalistas, mesmo os melhores, falham. Não havendo antecedentes, sendo a falha grave assumida pelo jornalista, a DE considerou que a exposição pública do plágio era condição bastante para que o jornal pudesse assumir as suas responsabilidades éticas e preservar o seu contrato de confiança com os leitores”.

Mas, como explicou de imediato, o caso teve de ser reaberto, uma vez que “as revelações do último fim de semana, com pelo menos dois outros casos fortemente indiciadores da prática de plágio, alteram a dimensão do problema. O que estava em causa, a possibilidade de um erro e o direito a uma segunda oportunidade, ficou com esses novos casos irremediavelmente comprometidos. O que se acreditava ser uma falha deontológica incidental transformou-se num quadro de incumprimento reiterado dos deveres éticos de um jornalista”.

Perante esta apreciação, “tendo como preocupação maior a garantia da credibilidade do Público e da sua redação e a proteção do seu compromisso com os leitores, a Direção Editorial decidiu suspender a atividade redatorial do jornalista Vítor Belanciano”, acrescentando que “com a integral observância dos preceitos legais, serão adotadas as demais medidas que ao caso couberem”.

A DE do título acaba com a afirmação de que “a suspeita de uma prática reiterada de plágio só se resolve com um indispensável processo para se apurarem todas as responsabilidades”.

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