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Muse: os homens da luta voltam à terra. Quanto vale “Will the People”?

3 setembro 2022 14:25

Mário Rui Vieira

Mário Rui Vieira

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Jornalista

Matt Bellamy, Chris Wolstenholme e Dominic Howard — os britânicos Muse ao nono álbum

nick fincher

Depois de aventuras por realidades virtuais, os Muse lidam com emergências globais num disco em jeito de ‘best of’ de novas canções. Servirá para matar saudades?

3 setembro 2022 14:25

Mário Rui Vieira

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Jornalista

Não sabemos precisar o momento em que os Muse deram o salto, passando de banda de culto daqueles que conseguiam ver para lá das comparações com os Radiohead a verdadeiros titãs do rock mundial. Terá sido algures depois de “Absolution”, de 2003, e “Black Holes and Revelations”, de 2006, álbuns que lhes valeram êxitos como ‘Time Is Running Out’, ‘Supermassive Black Hole’ ou ‘Starlight’ e que podem ser encarados, de uma perspetiva sempre discutível, como pináculos criativos do trio inglês. De lá para cá, Matt Bellamy, Chris Wolstenholme e Dominic Howard habituaram-se a encher grandes arenas e a encabeçar festivais um pouco por todo o mundo, com espetáculos grandiosos que cenicamente se inspiram nas letras apocalípticas das canções. Em termos musicais, contudo, a banda não evoluiu como desejaríamos, com uma fixação desmedida pelos Queen a contagiar e, de certo modo, a empalidecer as canções, roubando-lhes aquele rasgo de originalidade sentido particularmente em “Origin of Symmetry”, o aguerrido segundo álbum que, no longínquo ano de 2001, nos oferecia momentos tão memoráveis quanto ‘New Born’, ‘Plug in Baby’ ou uma estelar ‘Bliss’. “Will of the People”, o nono longa-duração de estúdio, parece querer trazer os Muse de volta à terra depois das aventuras pelo ciberespaço de uns francamente inexpressivos “Drones” (2015) e “Simulation Theory” (2018), afirmando-se como uma espécie de revisão da “matéria dada” que lhes permite expandir a sonoridade para lá de fronteiras autoimpostas.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.