O problema de António Costa não é o lamaçal. Nisso, o primeiro-ministro é um extraordinário especialista e seria imbatível. O que o aterroriza são as ideias e a existência de uma alternativa inequívoca ao socialismo
António Costa pode refugiar-se em jogos de palavras, recusando falar em austeridade, da mesma maneira que procura ludibriar os portugueses com a confusão entre valores reais e nominais, mas a realidade aí está
A sucessão de casos de eventuais incompatibilidades envolvendo ministros do Governo de António Costa impõe que se faça, sob pena de perdermos o fio à meada, um ponto de situação sobre os argumentos que têm sido utilizados pelo poder socialista para enquadrar as situações de Ana Abrunhosa, Manuel Pizarro e Pedro Nuno Santos
O primeiro-ministro que prometeu há apenas uns meses que não ira abusar da maioria absoluta parece agora empenhado em que Portugal se converta numa espécie de Costaquistão, obediente, servil e que tem como objetivo principal não desagradar ao chefe
Tão importante como conhecer os conceitos de costice e de costaclismo é dominar a dinâmica que, também inapelavelmente, se estabelece entre ambos. Uma acumulação de costices desemboca, invariavelmente, num costaclismo. Da mesma maneira, a um costaclismo seguir-se-á uma nova fase de costices
O Governo tinha um estudo sobre o impacto da atualização das pensões, mas em lugar de dizer a verdade aos portugueses, optou por tentar passar a perna aos pensionistas
É como se, olhando para o Reino Unido, estivéssemos num cais onde, ladeados por um primeiro-ministro inebriado pela maioria absoluta e por um Presidente que optou por se entregar nas mãos do líder do executivo, assumindo o papel de seu consorte, víssemos a credibilidade das nossas principais figuras de Estado e das nossas instituições a afastar-se no horizonte. Até a perdermos de vista
O tal plano do Governo, que nos prometia semanas tranquilas e prazenteiras a partir de uma certa segunda-feira, ficou reduzido à criação de um portal no qual as grávidas poderão consultar as urgências obstétricas encerradas e a conselhos sobre o consumo de bacalhau à Brás
Condenar crianças, jovens e as suas famílias, em situação de particular fragilidade, a um labirinto burocrático, à dúvida e à incerteza, e responder-lhes com silêncio e indiferença revela uma frieza inaceitável por parte de quem exerce responsabilidades políticas
É o socialismo selvagem que permite que os cargos de gestão sejam enxameados por clientelas políticas sem preparação e sem competência. É o socialismo selvagem que centraliza decisões de gestão corrente no Ministério das Finanças e atrofia o funcionamento das unidades