Fundos de pensões: de volta aos lucros

Março tinha sido o último mês de "bonança" para os fundos de pensões portugueses. Desde abril, que não paravam de acumular quedas: 0,2% em abril, 1,2% em maio e 0,8% em junho. Em julho, deu-se a reviravolta, com ganhos de 1,8%. Desde que o ano começou, os fundos de pensões portugueses atingiram uma rendibilidade de 1,4%.

As ações foram a classe de ativos que mais subiu no mês passado, 5,8%, sendo que a classe das europeias subiu 5,9% e as outras ações estrangeiras subiram 5,7%. Contudo, apesar das boas novas trazidas pelo verão, a rendibilidade mediana desta classe de ativos continua negativa em 1%, desde o início do ano. As ações europeias estão a perder 0,7% enquanto que as outras ações estrangeiras perdem 1,5%.

Já as obrigações estão sempre em terreno positivo: quer em julho, quer na rendibilidade anualizada. Se em julho, subiram 0,7%, desde o início do ano acumulam ganhos de 2,8%. As obrigações Não Euro e as de Taxa Fixa Euro renderam 0,8% no mês passado, enquanto que as de Taxa Variável Euro renderam 0,4%. Nos primeiros sete meses do ano, as obrigações Taxa Fixa Euro tiveram uma rendibilidade de 3,7%, as de Taxa Variável somaram 0,7% e as Não Euro renderam 4,8%.

Bons resultados das empresas

"Para a performance positiva [do mercado acionista], contribuíram a apresentação dos resultados empresariais acima do esperado, principalmente do setor bancário. Os bons resultados das empresas no trimestre levaram a um reforço da confiança dos investidores na recuperação económica", explica a consultora Mercer em comunicado.

O mercado de taxa fixa (maior componente de investimento das carteiras dos fundos de pensões) também se manteve estável com preços máximos e yields mantendo-se baixas. A yield das obrigações de dívida privada com qualidade de crédito AA e maturidade superior a 10 anos, índice de referencia para as taxas de desconto dos fundos de pensões, era de 4,35% no final do mês.

Os fundos de pensões portugueses são patrimónios autónomos que visam financiar os planos de reforma dos portugueses. Podem ser abertos ou fechados, sendo que os primeiros permitem a adesão individual como os Planos Poupança Reforma/educação e os Planos Poupança Ações, quando constituídos sob a forma de fundos de pensões. Os fechados dizem respeito apenas a um associado ou quando se verifica que existe um elo de natureza empresarial, associativo, profissional ou social.

O Espírito Santo Multireforma é o fundo de pensões aberto gerido em Portugal mais lucrativo dos últimos cino anos, com 3,41% por cada ano investido, menos 0,24% do que o que havia sido registado em abril. Nos últimos 12 meses, o F.P. Aberto Multireforma Acções subiu 14,84%, com mais de 35% de investimento nesta classe de ativos. O Espírito Santo Multireforma Plus também cresceu 10,04% no último ano.

Conheça os fundos de pensões em atividade na página da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP)