6 julho 2008 19:22
O clube 'encarnado' diz que a decisão do Conselho de Justiça - que puniu o Boavista com descida de divisão e suspendeu Pinto da Costa por dois anos -, "é legítima e juridicamente inatacável". Para o Benfica, resta a Madaíl e à FPF executar "a deliberação do seu órgão jurisdicional".
6 julho 2008 19:22
O Benfica considera que "a decisão do Conselho de Justiça é legítima e juridicamente inatacável" e acusa o presidente daquele órgão federativo de ter tido "actuação dolosa" na análise dos recursos do Boavista e do presidente do FC Porto.
"A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) nada mais pode fazer - é uma obrigação que decorre dos seus estatutos - senão executar a deliberação do seu órgão jurisdicional que, de resto, é um órgão independente. Aliás, foi sempre este o argumento em que o Dr. Gilberto Madaíl [presidente da FPF] se refugiou durante os últimos meses", defendeu o director de comunicação do Benfica, João Gabriel, em declarações à Agência Lusa.
O responsável sublinhou que "alguns apostavam tudo no Conselho de Justiça - com uma estranha e surpreendente convicção de impunidade - apenas porque pensavam que tinham este órgão colegial controlado pela actuação dolosa do seu presidente", António Gonçalves Pereira.
"Enganaram-se", acrescentou João Gabriel, em reacção ao resultado da reunião em que cinco membros do CJ confirmaram, já na madrugada de sábado, as penas de descida de divisão do Boavista, por coacção sobre árbitros, e de dois anos de suspensão ao presidente do FC Porto, Pinto da Costa, depois de Gonçalves Pereira ter dado o encontro por encerrado cerca das 18:00 de sexta-feira.
A Direcção da FPF já agendou uma reunião extraordinária para segunda-feira, para analisar a forma como decorreu o encontro do CJ, embora não vá pronunciar-se sobre a validade jurídica das decisões, uma vez que tal excede as suas competências.
"A existir, não percebemos a razão de ser [da reunião da Direcção da FPF]", disse João Gabriel, segundo o qual "essa reunião devia ter acontecido há largos meses, no momento imediatamente posterior à demissão do Juiz Conselheiro Herculano Lima - esse sim, presidente eleito do CJ - que denunciou situações anómalas com alguns dos elementos do CJ".
O responsável 'encarnado' frisa que os visados por Herculano Lima são "curiosamente os mesmos que agora abandonaram a reunião e tudo tentaram para evitar a votação das deliberações aprovadas", em referência a Gonçalves Pereira e ao vice-presidente do órgão federativo, Elísio Amorim, que também deixou o encontro do CJ antes de serem tomadas as decisões dos recursos do 'Apito Final'.
"Nessa altura o Dr. Madaíl fez vista grossa. Não acredito que agora tenha a tentação de entrar por caminhos que lhe estão vedados", concluiu, em alusão à posição que possa vir a ser tomada segunda-feira, durante a reunião extraordinária da Direcção da FPF.