Comunicado da FP Futebol

Apelo à correcção da "má imagem passada para a opinião pública"

7 julho 2008 17:17

A nota lida por Gilberto Madaíl, no final da reunião de emergência de hoje da Direcção federativa, é um convite claro ao consenso por parte de todos os integrantes do Conselho de Justiça.

7 julho 2008 17:17

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vai abrir um processo de averiguação dos factos ocorridos na reunião de sexta-feira do Conselho de Justiça (CJ) do organismo. O processo será dirigido por "um elemento externo à estrutura da Federação, para assim assegurar uma completa independência e transparência, e cujas conclusões serão naturalmente remetidas ao presidente da Assembleia Geral para os efeitos julgados por convenientes", pode ler-se no comunicado dado a conhecer pelo presidente da FPF, Gilberto Madaíl, no final da reunião de emergência de hoje da direcção federativa.

Na prática, segundo explicou o assessor jurídico da FPF, Paulo Relógio, as conclusões servirão para o presidente da Assembleia Geral, Mesquita Machado, eventualmente convocar uma reunião magna da federação, para avaliar o comportamento do Conselho de Justiça (CJ). Na mesma nota,  a direcção da FPF reitera a sua "desilusão" pelos acontecimentos de sexta-feira, sublinhando que é "completamente alheia" aos factos, não tendo "quaisquer formas de intervenção nas decisões soberanas dos respectivos órgãos por força da Lei e dos Estatutos".

Um dos pontos em destaque no comunicado consta nos antepenúltimo e penúltimo parágrafos, nos quais é referido: "Os membros do CJ, como titulares de um órgão completamente autónomo cujos respectivos elementos são eleitos em listas conjuntas, têm, neste momento, a responsabilidade e a possibilidade de corrigirem a má imagem que foi passada para a opinião pública".

"É importante que todos saibam aceitar as regras"

"Apelo a todos os seus membros - prossegue a nota -, presidente, vice-presidente e vogais, que dêem sinais nesse sentido. Como tudo na vida, não é obrigatório que haja unanimidade de posições e opiniões, mas é importante que todos saibam aceitar as regras de um estado democrático de direito".

No período de perguntas, Paulo Relógio interpretou estas frases como um "apelo ao consenso para que se encontre uma solução para a crise", juntando todos os elementos do CJ. O assessor também realçou que a reunião foi "continuada" pelos vogais, após a saída do presidente e vice-presidente, mas poderão ser suscitadas dúvidas sobre a legalidade da situação, que eventualmente virão a ser dirimidas nos tribunais.

Por essa razão, a FPF está a notificar as partes envolvidas sobre "as deliberações do CJ" na reunião de sexta-feira, e, "em que momento e em que circunstâncias" estas decisões foram tomadas.

Na mesma nota, a direcção da FPF deixa um recado: "Este caso, tal como outros, demonstra que o novo regime jurídico das federações tem que reconhecer um princípio fundamental, o da responsabilização total a quem forem atribuídas competências específicas".

Curiosamente, além de não ter respondido a perguntas, Madaíl não leu o último parágrafo do comunicado, que refere: "Por mim, enquanto presidente da FPF, conservarei uma posição de imparcialidade absoluta, mas manter-me-ei vigilante e atento a tudo o que diga respeito ao futebol português".