Optimus Alive'12

Os artistas: Florence + The Machine

29 junho 2012 8:00

André Gomes

O amor e outros demónio. Florence Welch resolveu os seus problemas com o passado e agora só pensa nos dias que estão para vir. Depois de Lungs, Ceremonials confirmou a britânica com um dos nomes maiores da música atual. 14 de julho 22h10 Palco Optimus  

29 junho 2012 8:00

André Gomes

Não foi há muito tempo que Lungs catapultou Florence Welch para um elevado patamar de fama. Foi apenas o tempo suficiente para canções como "Dog Days Are Over" e "You've Got the Love" invadirem o espaço radiofónico e haver quem do outro lado encontrasse nelas um espaço de reconhecimento e conforto.

Como acontece sempre na música pop. Embora Florence rejeite a ambição de ser mais famosa, o lançamento de um novo disco em 2011, Ceremonials, veio "estragar-lhe" os planos por completo. E agora não parece haver forma de voltar atrás. Mas nem tudo foi assim tão fácil nem imediato na ascensão de Florence + The Machine. O caminho até aos dias de hoje não foi nem uma cama de rosas nem uma passadeira glamorosa até ao sucesso retumbante.

Os relatos dos primeiros tempos na procura de uma identidade musical e artística são tudo menos parecidos com um conto de fadas da modernidade - embora a britânica tenha o seu quê de "diva". Florence declara-se autodidata antes de mais; orgulhosa defensora do lema "enthusiasm over skill", segundo confessou numa entrevista ao Guardian em outubro de 2011. Foi também aí que revelou ter descoberto a batida de "Dog Days Are Over" ao bater com a mão num tabuleiro de chá (a inocência fica-lhe tão bem).

"Fico contente de nunca ter aprendido a tocar guitarra", confessou ainda. "Acho que escreveria canções mais clássicas em termos de estrutura. Assim, tive de criar a minha própria forma de escrita, que não é típica. É tudo um enorme crescendo", finaliza. Florence Welch tem as suas regras e fez questão de as escrever num papel que anda de mão em mão pela internet fora e que sintetiza bem o seu pensamento.

São dez ao todo e não as traduzimos para não se perderem as nuances: "Always carry seeds. Always have a book. Support your local charity shop. Listen to Dave and play football. Wander about allot. Never know the exact details. Dance to all music dance hall style. Appreciate your feet. Be a country singer. Climb anything". A ver pelas suas prioridades, nos seus 20 e picos, Florence Welch parece ter a missão bem estudada.

O segundo disco mostra uma nova Florence. Uma Florence mais satisfeita com este novo conjunto de canções do que com o seu registo de estreia, escrito após ter terminado uma relação amorosa. Lungs foi descrito muitas vezes como um disco de separação e Florence Welch não desmente. "Acho que o primeiro álbum soa um pouco desesperado, soa a estar verdadeiramente desesperado por alguém.

O meu estado de espírito era mais tranquilo no segundo disco, o que foi útil para a minha concentração porque não estava, digamos, a chorar a toda a hora", disse na mesma entrevista ao Guardian. Agora que resolveu os seus problemas amorosos, Florence deixa transparecer na sua música a sensação de ter tratado dos dilemas pendentes com os seus "fantasmas". Agora sim, pode-se dizer que os dias de cão acabaram. Neste momento a prioridade de Florence é outra: "quero ser melhor performer", afirmou ao site australiano The Vine em maio.

Tudo pelo respeito a quem paga um bilhete para a ver em cima do palco. De preferência sem deixar de ser quem realmente é. Nada do que é essencial parece ter mudado na sua vida: "isso não significa que não dance ainda de uma forma estranha no meu quarto, ser eu própria", conta. Florence não quer crescer e por isso não esconde que os seus "sentimentos em relação à música são exatamente os mesmos; "gosto de música que te faz sentir esquisita no teu peito". Florence diz que não cresceu muito no que toca à sua música mas os seus discos dizem o contrário.

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