Pela estrada fora com o BE

Louçã contra "desertores" (Sócrates, Passos e Portas)

31 maio 2011 17:10

Paulo Paixão e Nuno Botelho, na estrada com o BE (www.expresso.pt)

Louçã cumprimenta um aluno na Escola Secundária Marquês de Pombal, em Lisboa

Na reta final da campanha, líder do Bloco de Esquerda endurece o discurso: contra a "mentira", as "emboscadas", a "deserção" (de PS, PSD e CDS) e outras coisas "sinistras".

31 maio 2011 17:10

Paulo Paixão e Nuno Botelho, na estrada com o BE (www.expresso.pt)

"Eu enfrento as dificuldades, ao contrário desses dirigentes que desertam do seu país", disse hoje Francisco Louçã, durante uma visita à Escola Secundária Marquês de Pombal, em Lisboa.

"Esses dirigentes" são os líderes do PS, PSD e CDS, que "não têm vergonha do que estão a fazer": levar Portugal "a caminho do desastre", afirmou o líder do Bloco de Esquerda. Na mira de Francisco Louçã está o silêncio de José Sócrates, Passos Coelho e Paulo Portas sobre o memorando. "Quem negociou este pacote não diz nada sobre ele".

Em relação ao líder do PS, Louçã quis ainda vincar as diferenças de outra forma. Justificando que tem ido a feiras e mercados porque gosta de "contactos com as pessoas - "É assim que se faz uma campanha" - contrapôs a sua apreciação do primeiro-ministro: "Não sou como José Sócrates, que não apertou a mão a uma única pessoa".

O "trabalho gratuito dos desempregados" foi o ponto de distinção em relação ao líder do PSD. "A ideia de que alguém possa ser obrigado a fazer trabalho gratuito, ainda por cima depois de ter sido despedido, é sinistra".

A indústria da mentira  

Na escola, Francisco Louçã retomou argumentos apresentados na noite anterior, em Coimbra, num comício. Ontem, no seu mais longo e duro discurso, o líder do Bloco disse que vive-se o tempo da "mentira organizada como indústria".

Referia-se Francisco Louçã a uma iniciativa do PS realizada na Brandoa. O presidente da Câmara da Amadora, o socialista Joaquim Raposo, "convocou lares de terceira idade" para uma "baile de reformados", disse.

Na sessão, que contou com José Sócrates, ainda segundo o coordenador do Bloco, o autarca garantiu que não haverá congelamento das pensões. Para desmentir Raposo, Francisco Louçã leu excertos do memorando da troika, em que se fala de suspender a indexação de pensões e de as congelar.

"Joaquim Raposo escolheu a política da mentira perantes as pessoas mais vulneráveis", acusou o líder bloquista.

Visitas de fronteira

Se uma ação individual é vista assim, não é melhor a apreciação ao tom geral da campanha de PS e PSD. "Mais do que partidos, são hoje emboscadas organizadas", afirmou o dirigente bloquista.

"O PS só existe para comentar o PSD; o PSD só existe para comentar o PS", prosseguiu Francisco Louçã. "Um universo de fantasia, um atrás do outro, emboscados. No reino da mentira". O líder do BE vai ainda mais longe: "Estamos a assistir à pior das mentiras, que é a deserção. Gente que foge cá dentro, que foge dos seus eleitores".

Após três dias na região do Porto e em Coimbra, a campanha do Bloco está hoje na Grande Lisboa. De manhã, um contacto com as dificuldades da Escola Marquês de Pombal, "a última escola profissional de Lisboa", como recordou Louçã. Ao início da tarde, deslocação à Associação Protetora dos Diabéticos de Portuga. "Duas visitas às fronteiras das dificuldades do país", justificou o líder do Bloco.

Para completar o dia, contactos com as massas. Arruada no Chiado, às 17h30 (última iniciativa de campanha na capital), e comício no Barreiro, às 22h.