Economia

"Excelente notícia para famílias e empresas": Medina enaltece subida de rating perante aumento das taxas de juro

Fernando Medina, ministro das Finanças
Fernando Medina, ministro das Finanças
ANTÓNIO PEDRO SANTOS/Lusa

O Ministério das Finanças garante que a subida do ‘rating’ da dívida soberana portuguesa de ‘BBB’ para 'BBB+' se prende com a “solidez da estratégia orçamental, forte crescimento da economia portuguesa, resiliência do mercado de trabalho e perspetivas de subida do investimento até 2027”

O ministro das Finanças, Fernando Medina, saudou, neste sábado, a subida do ‘rating’ da dívida soberana portuguesa de ‘BBB’ para 'BBB+', com perspetiva estável, classificando-a como “excelente notícia” perante o aumento das taxas de juro na zona euro.

“A subida do ‘rating’ [notação] português ontem [sexta-feira] pela pela Standard and Poor's é uma boa medida para Portugal, é aliás uma excelente notícia para as famílias e empresas portuguesas”, declarou Fernando Medina, reagindo ao anúncio da maior agência de notação financeira, a S&P.

“Isto assegura que Portugal está a fazer a sua parte para que os encargos com os juros subam menos do que aquilo que conseguiria se não tivéssemos a disciplina orçamental que temos tido”, acrescentou o governante, falando na chegada ao segundo dia de uma reunião informal dos ministros das Finanças da UE, no âmbito da presidência checa do Conselho, em Praga.

Depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter decidido aumentar em 75 pontos base as suas três taxas de juro diretoras, o segundo aumento consecutivo deste ano, o governante apontou que o anúncio agora feito pela S&P significa que, “num momento em que as taxas sobem”, Portugal consegue assegurar “níveis mais baixos que outros países ou até ganhar margem para que os juros subam menos do que aquilo que está a acontecer noutros países”.

“Isto é de grande importância porque isso é um benefício que depois se traduz de forma direta nas empresas e nas famílias, porque, no fundo, o financiamento da economia portuguesa está ligado, em primeiro lugar, àquilo que acontece na República Portuguesa e, por isso, esta é uma boa notícia para as famílias, uma boa notícia para as empresas e uma boa notícia para o país”, reforçou.

Para Fernando Medina, este “é também o reconhecimento de que a estratégia orçamental de redução da dívida que Portugal está a seguir é a estratégia correta”.

“A S&P reconhece esta melhoria do ‘rating’, isto é, a melhoria da credibilidade da nossa dívida, é uma melhoria para uma situação que já não acontecia há mais de 10 anos”, sendo “resultado não só do crescimento forte da economia portuguesa, mas também da trajetória de sustentada redução da dívida que temos vindo a prosseguir, mais rápida e mais intensa que a dos restantes países europeus e também das perspetivas de investimento relativamente à utilização de fundos comunitários”, justificou o ministro da tutela, nestas declarações aos jornalistas portugueses em Praga.

Em comunicado enviado às redações, o Ministério das Finanças também salienta que se trata da “segunda melhoria do ‘rating’ da República deste ano, depois de a DBRS ter também melhorado a notação financeira de Portugal para nível A (low) há duas semanas, o que colocou o país num grupo de investimento de ainda maior qualidade”, o que acontece “num momento de elevada incerteza global”. Segundo o gabinete de Medina, esta subida revela a “confiança internacional que Portugal continua a conquistar com a estratégia financeira do Governo na gestão das contas e políticas públicas", ou seja, justifica-se pela “solidez da estratégia orçamental, pelo forte crescimento da economia portuguesa, pela resiliência do mercado de trabalho e pelas perspetivas de subida do investimento até 2027”.

A agência de notação financeira S&P subiu na sexta-feira o ‘rating’ da dívida soberana portuguesa de ‘BBB’ para 'BBB+', com perspetiva estável.

A avaliação da S&P tem lugar depois de, a 26 de agosto, a DBRS ter subido a avaliação da dívida soberana portuguesa para ‘A’ (baixo), com perspetiva estável.

O ‘rating’ é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.

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