Marcelo e o PEC: “Vamos ver ...", "É preciso não nos deixarmos ficar na ponta da zona euro”
Presidente da República diz que as previsões do Governo inscritas no Programa da Estabilidade "não são preocupantes". Mas ...
Presidente da República diz que as previsões do Governo inscritas no Programa da Estabilidade "não são preocupantes". Mas ...
Jornalista
Marcelo Rebelo de Sousa partilhou uma profissão de fé nas previsões inscritas pelo ministro das Finanças no programa de Estabilidade entregue em Bruxelas, mas deixou avisos. "Não basta crescer mais do que a UE, é preciso não nos deixarmos ficar na ponta da zona euro."
"Penso que o Programa de Estabilidade foi pensado para isso", afirmou o Presidente da República, depois de explicar que "isso" é "não nos deixarmos ficar na ponta da zona euro". Marcelo Rebelo de Sousa comentava aos jornalistas o teor do documento das Finanças com as previsões para o próximo ano. E, embora sem querer alinhar com os alarmismos de quem já vê nuvens negras no horizonte económico (Cavaco Silva, em particular, diz que "caminhamos para ser a lanterna vermelha na zona euro"), Marcelo foi cauteloso: "O Governo prevê uma desaceleração da economia no próximo ano mas depois prevê que volte a acelerar em 2020. Vamos ver ...", comentou.
Para o Presidente, há duas prioridades a não esquecer: por um lado, que "não basta crescer mais do que a União Europeia"; por outro, que "é preciso não nos deixarmos ficar na ponta da zona euro".
É precisamente esse risco que Cavaco, antecessor de Marcelo, apontou numa entrevista à Rádio Renascença. Para o ex-Presidente da República, é preciso os poderes políticos em Portugal pararem para pensar "sem preconceitos" sobre as razões que nos levam "a crescer muito menos, mas muito menos do que os países do mesmo pelotão que nós na zona euro, estando cada vez mais perto de sermos a lanterna vermelha da zona euro".
Marcelo não quis alinhar pela tese pessimista de Cavaco. Mas não escondeu que é preciso cautela com a nossa posição no ranking da economia europeia.
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