Lusofonia

Votação em Moçambique arranca sem sobressaltos

28 outubro 2009 11:02

Os moçambicanos votam hoje para as eleições presidenciais. As eleições são desputadas entre o actual Presidente, Armando Guebuza, e o líder da oposição Afonso Dhlakama.

28 outubro 2009 11:02

O presidente da Comissão Nacional de Eleições de Moçambique, João Leopoldo, assegurou que as primeiras horas de votação às eleições gerais de hoje decorreram sem sobressaltos, mas apontou casos de observadores que estão a violar a lei eleitoral.

"Em todo o país, as assembleias de votos abriram a tempo. Os materiais foram colocados a tempo, portanto, quero acreditar que a nível nacional vai decorrer tudo dentro da normalidade", disse João Leopoldo.

Por isso, os órgãos eleitorais descartam, para já, a possibilidade de prorrogar o período de votação.

"O que está previsto (na lei) é que todos os eleitores que se fizerem presentes às assembleias de voto até às 18h00 irão votar, quem chegar depois das 18h00 não, mesmo que isto implique que a votação continue até mais tarde", afirmou o presidente da CNE.

Observadores em carros de partidos políticos

"Até este momento, o processo é positivo, mas ainda é muito cedo para fazer pronunciamentos, mas do que me foi dado a conhecer até agora é positivo", disse.

Para já, disse João Leopoldo, a CNE deparou-se com situações de violação da legislação eleitoral por parte de alguns observadores que se fazem transportar em carros de determinados partidos políticos.

"Alguns observadores fazem-se transportar em carros de partidos, mas nós temos primado pelo diálogo para corrigir este tipo de irregularidades.

Mas são casos esporádicos", disse o responsável pelo órgão eleitoral, sem apontar nomes. "Este tipo de atitude não os dignifica, pois os observadores têm de trabalhar de acordo com aquilo que é o código de conduta para os observadores e temos também o regulamento de observação eleitoral que é muito claro no que concerne aos procedimentos", considerou.

Sem avançar detalhes, João Leopoldo assinalou que, logo após a chegada dos observadores, a CNE registou "algumas irregularidades" de certos grupos destacados para monitorizar o processo de votação.

"Mas nós temos pautado pelo diálogo para ultrapassar estes incidentes", disse.

Pequenos incidentes, também "já ultrapassados", ocorreram igualmente na província da Zambézia, centro, onde havia falta de um caderno eleitoral, disse João Leopoldo.

Guebuza e Dhlakama, ambos confiantes na vitória

Os moçambicanos escolhem hoje, para os próximos cinco anos, o novo Presidente da República, os 250 deputados da Assembleia da República e os 800 membros das 10 assembleias provinciais, à excepção da cidade de Maputo que tem um estatuto jurídico especial.

O Presidente moçambicano e candidato a um novo mandato, Armando Guebuza, votou hoje na escola secundária Josina Machel, em Maputo, onde se apresentou bom disposto e muito sorridente.

Acompanhado pela mulher, Maria da Luz Guebuza, Armando Guebuza apelou para que os moçambicanos votem nestas eleições e manifestou-se confiante na sua vitória e na do seu partido, a FRELIMO.

O líder da RENAMO (oposição), Afonso Dhlakama, afirmou-se hoje confiante na vitória nas eleições presidenciais moçambicanas e considerou que se fosse na Europa já estaria a preparar a lista dos ministros.

Momentos depois de votar, em Maputo, o líder do principal partido da oposição em Moçambique manifestava assim reservas sobre as eleições serem livres e justas, mas sem nunca afirmar peremptoriamente se iria aceitar os resultados eleitorais nem denunciar claramente que iria haver fraude.