18 outubro 2010 23:25
Homer Simpson é "um verdadeiro católico". Para o Vaticano, o boneco amarelo que tem duas grandes paixões (donuts e a cerveja Duff) é um crente que faz de tudo para o esconder.
18 outubro 2010 23:25
"Os Simpsons" é a série de animação que está há mais tempo a ser exibida, esta temporada comemora os 20 anos, e continua a reunir fãs. O último é um aliado de peso: o Vaticano.
No jornal diário diário do Vaticano, o "L'Obsservatore Romano", foi ontem publicado um artigo com o título "Homer e Bart são católicos", que aborda o tema da religião na série criada por Matt Groening e considera que "poucas pessoas sabem disto, e ele faz de tudo para escondê-lo. Mas é verdade: Homer J. Simpson é católico."
A prova, para o Vaticano, da crença do pai/marido/trabalhador irresponsável e apaixonado da cerveja Duff, é que a família amarela faz "orações quando estão à mesa e, à sua maneira peculiar, acreditam na vida depois da morte."
Família foge às regras católicas
Parece no entanto esquecer que Homer Simpson adormece e ressona durante a missa do Reverendo Lovejoy, usa várias vezes o nome de Deus em vão (se por "em vão" entendermos "de forma divertida") e insulta, goza e humilha com a pessoa mais religiosa de sempre, o seu vizinho, Ned Flanders, comportamento imitado pelo seu filho, Bart Simpson, só que em vez do alvo ser Ned, Bart concentra as suas atenções em Rod e Tod, os filhos de Flanders.Mas não são apenas os homens Simpson que têm comportamentos desviantes dos padrões da igreja Católica. Lisa, filha de Homer e Marge, não acredita em Deus, apesar de todos os domingos pôr um vestido bonito e ir à missa com a família.
A igreja que os Simpsons frequentam também parece não ser propriamente um exemplo daquilo que o Vaticano institui como dogmas. É que o Reverendo Lovejoy é casado e tem filhos. O autor da série, Matt Groening explica a sua visão da igreja, como sendo um aglomerado de experiências da sua infância naquilo que é só uma série de animação.
Simpsons abordam a religião várias vezes
O jornal italiano destaca que ""Os Simpsons" são um dos poucos programas para crianças em que a fé cristã, a religião e questões sobre Deus são recorrentes".
No artigo é também feita referência à análise de Francesco Occhetta, um padre jesuíta, sobre o episódio "Father, Son and The Holy Guest Star", o último da temporada 16 (2005), que aborda o Catolicismo e passou algumas semanas depois da morte de João Paulo II.
Neste episódio Bart é expulso da escola básica de Springfield e os pais metem-no numa escola Católica, o que leva à conversão de Homer à Igreja Católica, para horror da sua mulher, do vizinho Ned Falnders e do Reverendo Lovejoy. Neste episódio são tratados temas como o diálogo entre as diferentes religiões, a homossexualidade e a pesquisa de células estaminais, e contou com a participação do ator irlandês Liam Neeson.
O Vaticano já disse no passado que era aceitável ver esta série de animação e, agora, reforça ainda mais a ideia, adotando parte da família Simpson como "verdadeiros católicos".
Desde 2007, com a entrada de um novo diretor, o "L'Obsservatore Romano" tem escrito sobre a cultura popular, desde a música, comentando os Beatles, ao cinema, como "Avatar" ou a saga "Harry Potter" que mereceu referências não só como filmes, mas também na literatura.
Veja uma das cenas do filme dos Simpsons, de 2007, em que Homer esper apela revelação de Ned Flanders. O Vaticano poderá não ter tido este momento em conta quando o elegeu como um "verdadeiro católico".