Vale e Azevedo não está a cumprir os termos de residência impostos pelo tribunal de Londres. A morada que o antigo presidente do Benfica comunicou aos juízes do Tribunal de Magistrados de Westminster - uma mansão luxuosa na zona de Virginia Water, nos arredores da capital britânica - nunca foi arrendada ou comprada por Vale e Azevedo e continua desocupada há mais de seis meses.

"O senhor Azevedo visitou a propriedade uma série de vezes e manifestou algum interesse. Mas não passou disso", explicou ao Expresso Rupert Wyatt, director de vendas da Barton Wyatt, a agência imobiliária que comercializa a propriedade em questão.

Na audiência judicial de 23 de Setembro passado, os advogados de Vale e Azevedo comunicaram ao tribunal que ele iria deixar a antiga moradia de Knightsbridge, no centro de Londres, e passaria a residir em Highfield House, Wentworth Estate, em Virginia Water.

Nas sessões dos dias 10 e 27 de Novembro, o advogado português voltou a afirmar que morava em Highfield House. Na primeira dessas audiências, no entanto, Vale e Azevedo disse que iria passar "três ou quatro noites" no Hotel Great Fosters, no condado de Surrey, "por causa de umas obras em conclusão na mansão" - um acto que mereceu a repreensão imediata do juiz Nicholas Evans, do Tribunal de Magistrados de Westminster.

Highfield House foi totalmente renovada em 2007 e foi colocada no mercado no início de 2008 com um preço de 7,5 milhões de libras (8,23 milhões de euros). Em declarações à imprensa portuguesa, no ano passado, Vale e Azevedo gabara-se de que pagara 12 milhões de euros pela nova residência, uma "propriedade excepcional, luxuosa e espaçosa" de acordo com a brochura da Barton Wyatt.

A mansão inclui sete quartos, piscina interior, garagem para quatro automóveis, salão de jogos, ginásio, campo de ténis, enormes jardins e uma área habitacional de 1246 metros quadrados.

No dia 27 de Novembro, o Tribunal de Magistrados de Westminster decretou a extradição do antigo presidente do Benfica para Portugal, mas o advogado apresentou recurso junto do Supremo Tribunal (High Court of Justice). A decisão deste tribunal superior deverá ser conhecida no início de Março e será, em princípio, definitiva e final.