15 fevereiro 2008 10:28
Apesar das divisões internas, a União Europeia irá apoiar a proclamação de independência do Kosovo.
15 fevereiro 2008 10:28
A União Europeia (UE) vai apoiar, dividida e sem entusiasmo, a provável proclamação de independência do Kosovo no domingo, empurrada pelas grandes potências europeias e, sobretudo, pelos Estados Unidos.
A gestão e o apoio ao Kosovo independente serão um grande teste à ambição dos europeus em desenvolverem uma política externa comum e aumentarem o peso da UE na cena internacional, segundo fonte diplomática europeia.
Há consenso entre os 27 sobre o envio de uma missão civil com cerca de 2.000 homens (polícias e juristas) que irá "enquadrar" os primeiros passos do Kosovo independente.
Mas que a União Europeia (UE), como organização internacional, tenha "competências" para reconhecer o nascimento de um novo país, é uma questão que divide os 27.
Logo a seguir à proclamação de independência, que segundo os dirigentes Kosovares deverá ser feita no domingo, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, que segunda-feira têm a sua habitual reunião mensal, em Bruxelas, deverão aprovar "conclusões sobre a direcção a seguir", disse fonte comunitária à Lusa.
Os "grandes" Estados-membros da UE (Alemanha, França, Reino Unido e Itália) já manifestaram a sua intenção em reconhecer rapidamente o Kosovo após a sua proclamação de independência.
Uma larga maioria de Estados-membros também parece disposta a reconhecer o novo estado, mas pelo menos seis países (Chipre, Espanha, Bulgária, Grécia, Roménia e Eslováquia) não o irão fazer tão cedo, visto recearem que isso encoraje movimentos separatistas em todo o mundo.
Por seu lado, Portugal só irá tomar uma posição sobre o estatuto do Kosovo depois de conhecer o conteúdo da declaração de independência a proclamar pelas autoridades
kosovares, disse terça-feira à agência Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado. "Vamos ter de esperar para ver quando e como é declarada a independência", disse o ministro.
Nas conclusões desse Conselho Europeu, os líderes europeus "lamentam profundamente" que sérvios e kosovares não tenham conseguido chegar a acordo sobre o estatuto final do Kosovo, durante as negociações mediadas por uma "troika" na qual a UE esteve representada, com os Estados Unidos e a Rússia.