18 julho 2008 20:21
O presidente da Câmara de Loures considera que os ciganos acampados já podem regressar, sem qualquer receio, às suas casas na Quinta da Fonte.
18 julho 2008 20:21
Carlos Teixeira anunciou hoje ter recebido garantias do Ministério da Administração Interna (MAI) de existirem condições de segurança para o regresso das famílias de etnia cigana à Quinta da Fonte.
O presidente da Câmara de Loures falava após uma reunião que teve com os advogados da comunidade cigana, que se mantém concentrada desde quinta-feira junto à Câmara Municipal de Loures. O autarca socialista reiterou que não há alternativas habitacionais para as famílias que deixaram no sábado o bairro da Quinta da Fonte, em Loures, na sequência de confrontos com armas de fogo entre elementos das comunidades cigana e africana.
Identificámos oito famílias que têm as casas danificadas e essas ficarão instaladas numa tenda do Exército até que as suas casas estejam arranjadas. As restantes terão de regressar às suas casas", afirmou.
Carlos Teixeira explicou que "aquilo que está em discussão são questões de segurança" e que já recebeu garantias do ministro da Administração Interna, Rui Pereira, de que estão reunidas todas as condições de segurança exigidas.

O impasse permanece nas negociações que têm sido mantidas para realojar as famílias ciganas
alberto frias
Maioria dos manifestantes têm rendas atrasadas
Relativamente à solução encontrada (instalação em tendas), o autarca explicou que aquilo que inicialmente foi proposto foi um subsídio mensal atribuído pela Segurança Social, que foi recusado pelos representantes das famílias. "Os representantes das famílias ciganas escolheram que a melhor solução seriam contentores ou tendas", explicou.
O presidente da Câmara disse ainda que apenas 10% das famílias ciganas abandonaram o bairro, reiterando assim que se trata de "um problema levantado por um minoria". Referiu também que apenas três das famílias das 53 que estão em protesto têm a "renda em dia", que nalguns casos é de 4,50 euros mensais. "Temos já vários pedidos de despejo no tribunal", afirmou.
No final da reunião, o autarca admitiu que ainda não sabe quando é que o problema vai ficar resolvido, mas garantiu que não vai exercer nenhuma pressão para que as famílias desmobilizem do jardim de Loures.