Ossétia do Sul

Rússia acusa Kiev de encorajar conflito

9 agosto 2008 15:11

A Rússia acusa a Ucrânia de armar as tropas georgianas e incentivar os dirigentes políticos a fazerem uma "purga étnica" na Ossétia do Sul.

9 agosto 2008 15:11

A Rússia acusou hoje a Ucrânia de ter incentivado a Geórgia a proceder a "uma intervenção" militar e a "purgas étnicas" na Ossétia do Sul, província separatista georgiana alvo de um conflito armado entre Moscovo e Tbilissi.

"Nos últimos tempos, o Estado ucraniano armou activamente as tropas georgianas, encorajando os dirigentes da Geórgia a procederem a uma intervenção e purgas étnicas na Ossétia do Sul", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, em comunicado.

A Ucrânia, parceira pró-ocidental da Geórgia no espaço pós-soviético, e que nos últimos anos tem vendido armas a Tbilissi, apelou sexta-feira à Rússia para que retirasse as suas tropas do território georgiano e mostro disponibilidade para servir de intermediário entre as partes em conflito.

De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Kiev "não tem qualquer direito" em se intrometer no conflito, sobretudo desempenhar um papel de mediador.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) manifestou-se hoje preocupado com a segurança dos civis que abandonaram a Ossétia do Sul devido à ofensiva militar, após relatórios que dão conta que uma bomba explodiu perto de um acampamento para refugiados na cidade georgiana de Gori.

O alto-comissário, o português António Guterres, está a apelar a todos os lados para que evitem prejudicar civis e para que assegurem a sua passagem.

De acordo com o ACNUR, cerca de 2.400 pessoas deixaram a Ossétia do Sul rumo à Geórgia desde o início da ofensiva na noite de quinta para sexta-feira.

O ACNUR referiu ainda que entre quatro a cinco mil refugiados cruzarem a fronteira russa.

Entretanto e segundo afirmou o porta-voz do vaticano à Rádio Vaticana, o papa Bento XVI segue com "preocupação" a situação na região separatista georgiana, devendo domingo realizar uma oração para que terminem os conflitos entre a Rússia e a Geórgia na Ossétia do Sul.

A Geórgia lançou uma ofensiva militar sexta-feira de madrugada na Ossétia do Sul, república separatista pró-russa e segundo uma fonte do território já provocou 1.600 mortos, números desmentidos pelo presidente georgiano, Mikhaïl Saakachvili.