25 maio 2011 11:39
Terrence Malick prefere ficar afastado das luzes da ribalta e nem compareceu no Festival de Cannes para receber a Palma de Ouro por "A Árvore da Vida" (estreia amanhã), mas é cada vez mais um cineasta de culto.
25 maio 2011 11:39
Já há quem o compare a Stanley Kubrick, tanto pela grandiosidade dos seus filmes como pela sua escassa quantidade. Cinco filmes em perto de 40 anos de carreira chegaram para tornar Terrence Malick num cineasta de culto.
Reputação que aumentou com a Palma de Ouro, atribuída no passado domingo por "A Árvore da Vida" (que estreia nos cinemas portugueses amanhã), uma história sobre moral, religião e o conflito em torno da figura paterna, contando com interpretações de Brad Pitt e Sean Penn.
Foi um novo reconhecimento do Festival de Cannes, que já em 1978 o premiara, dessa feita com a distinção de melhor realizador pelo filme "Dias do Paraíso" (que conquistou também o Óscar de Melhor Fotografia).
O filme aumentara ainda mais a atenção mediática em torno de Terrence Malick. Por essa altura começou a desenvolver um projeto para a Paramount chamado "Q", sobre as origens da vida na Terra. Durante a pré-produção mudou-se contudo para Paris, onde optou por uma vida discreta, afastado da exposição mediática, ao ponto de não prestar sequer declarações sobre os seus filmes ou sobre os seus planos futuros.
O repúdio à lógica da indústria
Com Malick longe da lógica da indústria cinematográfica, o mundo teve de esperar vinte anos pelo seu filme seguinte, "A Barreira Invisível", com um argumento sangrento que recuou à Segunda Guerra Mundial. As expectativas eram tão altas, que para muitos o resultado acabou por ficar aquém. Foi nomeado para sete Óscares, acabaria por ser premiado no Festival de Berlim, de onde saiu com o Urso de Ouro.
Entretanto, em 2005 levou a cabo "Novo Mundo", versão da história de John Smith e dos conflitos entre os nativos americanos e os colonos ingleses.
Malick nasceu no Illinois, Estados Unidos, em 1943. Cresceu no Texas e estudou numa escola religiosa, antes de ter tirado o curso de Filosofia para a Universidade de Harvard. Prosseguiu estudos no Magdalen College em Oxford, que abandonaria contudo antes de concluir a sua tese. Viria a dar aulas de Filosofia no Massachusetts, ao mesmo tempo que colaborava como jornalista para publicações como a "Life", "Newsweek" e "The New Yorker".
Primeira curta-metragem em 1969
Em 1969 entrou para o curso de Estudos Avançados do American Film Institute's Center, financiando os seus estudos com a adaptação de argumentos de filmes como "Deadhead Miles", "Dirty Harry" e "Drive".
A sua primeira curta-metragem, "Lanton Mills", surgiria logo nesse ano de 1969. Quatro anos depois estreava a sua primeira longa-metragem, "Badlands", sobre um casal que se envolve numa vaga de assassinatos na década de 50. Malick rejeitara as propostas de estúdios e levou a cabo esse filme com financiamento de um grupo de pequenos investidores.
A pequena produção que foi apresentada por alguns como uma obra-prima. Contudo, exceto para além do argumento de "The Gravy Train", que escreveu sob o pseudónimo de David Whitney, Malick só reapareceu no mundo do cinema cinco anos depois, com "Dias do Paraíso".
Atualmente, Malick está a trabalhar no sucessor de "A Árvore da Vida". Como de costume, os pormenores são escassos. Consta que se trata de uma história de romance, que conta com interpretações de Ben Affleck, Rachel Weisz, Javier Bradem e Olga Kurylenko.