14 outubro 2008 13:34
Rui Nunes divulgou hoje, na Ordem dos Médicos do Porto, uma proposta sobre a morte medicamente assistida, parecer que irá ser entregue esta semana ao Governo e à Assembleia da República tendo em vista um referendo a realizar na próxima legislatura.
14 outubro 2008 13:34
O presidente da Associação Portuguesa de Bioética, Rui Nunes, em colaboração com o Serviço de Bioética e Ética Médica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, foi o relator de um parecer que visa a discussão pública e a consulta popular sobre a eutanásia após as eleições de Dezembro de 2009.
Como base de refexão, Rui Nunes propõe o conceito de eutanásia reconhecido e praticada na Holanda, ou seja "o da morte intencional de um doente, a seu pedido firme e consistente, através da intervenção directa de um profissional de saúde".
Fora do âmbito do parecer, que vai ser entregue a todos os órgãos de soberania nacional, está, pelo menos nesta fase, a eutanásia não-voluntária e sem o conhecimento do doente, ou a eutanásia involuntária contra a vontade do paciente.
"Aqui, o que se pretende debater é o direito de um doente em estado terminal ou que padece de doença crónica incapacitante decidir sobre a sua morte com dignidade", frisa Rui Nunes.
Este especialista salienta que a eutanásia só será uma opção livre quando a equipa médica que acompanha o doente tiver a firme convicção de que o pedido para colocar um termo à vida é racional e consciente. "Fora deste quadro ficarão os doente deprimidos ou aqueles que optam pela eutanásia devido a sentimentos como o abandono familiar ou exclusão social".
A eutanásia também não se aplica a menores. Segundo Rui Nunes, apesar deste ser um problema fracturante, a comunidade médica está cada vez mais sensível ao tema da eutanásia, referindo que a mairia dos médicos oncológicos é cada vez mais favorável à morte medicamente assistida.