14 fevereiro 2009 21:49
Na data em que se assinala o dia Europeu da Disfunção Sexual, lojistas lisboetas revelaram que as mulheres são um público em ascensão dos artigos eróticos.
14 fevereiro 2009 21:49
As "sex shops" são, cada vez mais, uma opção para as mulheres que sofrem de disfunções sexuais: de cápsulas e comprimidos a gotas e ervas naturais, há de tudo um pouco e a procura é constante, garantem os lojistas.
A propósito do dia Europeu da Disfunção Sexual, que se assinala hoje, dois lojistas de Lisboa disseram à Lusa que as mulheres são um público em ascensão nas lojas de artigos eróticos, apesar de algumas resistências.
Jorge Viana, que trabalha na loja Megasex há 15 anos, revela que, nos seus dois estabelecimentos, as mulheres é que mandam.
"Nos últimos anos, as visitas de mulheres têm aumentado muito, crescem ao ponto de haver dias que temos mais mulheres do que homens na loja", conta.
Entre as que entram para comprar lingerie, há ainda muitas que vêm por problemas mais graves, com algumas disfunções sexuais, sendo que alguns são mesmo casos clínicos, onde os produtos disponíveis ali em nada podem ajudar.
"Mas há outras a que nós aconselhamos certos produtos: desde gotas que se põem nas bebidas uma hora antes do acto sexual a cápsulas que se tomam à noite e ao jantar, funcionando como estimulantes, e até cremes de vários sabores e cheiros", diz Jorge Viana.
Na sua opinião, os cremes são mesmo os produtos que têm mais saída, sendo que quase todas as clientes voltam para comprar novamente.
"Funcionam bem, porque são de aplicação local e têm um efeito muito imediato", justifica o lojista. No caso das cápsulas, há umas mais fracas, para um tratamento continuado, e outras com um composto mais activo, que servem para uma ocasião específica.
"O que vendemos são produtos excitantes e não medicamentos", ressalva Jorge Viana, advertindo para os casos em que os produtos não têm quaisquer efeitos. "Cada caso é um caso, e cada organismo é um organismo", clarifica.
O ano de experiência que Simone Magalhães tem na área diz-lhe que as mulheres ainda são um pouco tímidas, apesar de notar, nos últimos tempos, uma maior afluência do público feminino.
Na Erosfarma, a loja onde trabalha, diz que os homens têm menos pudores.
"Geralmente, vêm os homens, os namorados ou os maridos, penso que a mulher continua a ter muita vergonha de falar sobre os seus problemas sexuais", conta.
No entanto, quando é visitada por mulheres que decidem partilhar consigo um pouco dos seus problemas sexuais, não deixa de aconselhar os óleos, cápsulas, cremes e gotas disponíveis na loja.
"Elas têm preferência pelos cremes de aplicação local, são sempre algo que se vende muito", confirma.
E por norma, afirma, acabam por voltar, sozinhas ou acompanhadas. O objectivo é sempre o mesmo: repetir a experiência, afirma.