30 junho 2007 18:41
Moscovo e, em segundo lugar, Londres estão no topo da lista das cidades com o custo de vida mais elevado do mundo, na percepção dos residentes estrangeiros. O inquérito anual 'Cost of Living Survey' da 'Mercer Human Resource Consulting' revelou que Lisboa ocupa o 73º lugar, ou seja, sobe 15 posições.
30 junho 2007 18:41
Pela segunda vez consecutiva, Moscovo é considerada a cidade mais cara do mundo, na opinião dos estrangeiros residentes ou em viagens de negócios, revelou o inquérito 'Cost of Living Survey', da organização internacional 'Mercer Human Resource Consulting'. Em segundo lugar, figura Londres, num estudo que contou com um total de 143 capitais mundiais.
Os dados foram obtidos através da análise de preços comparativos de uma 'cesta básica de bens e serviços' que inclui desde os custos com alimentação e alojamento ao lazer, passando pelos cuidados pessoais e com a saúde, transporte, roupas e calçado, bebidas alcoólicas e tabaco.
A cidade de Assunção (143ª posição), no Paraguai, é, pela quinta vez, a mais barata. Estão também no final da lista as cidades de Karachi, no Paquistão (142º lugar) e Quito, capital do Equador (141ª lugar).
A pesquisa abrangeu 143 cidades em seis continentes. Seul (Coreia do Sul), Tóquio (Japão) e Hong Kong (China) ocupam o terceiro, quarto e quinto lugar no ranking das cidades mais caras. A sexta posição é ocupada por Copenhaga (Dinamarca), a sétima por Geneva (Suíça) , a oitava por Osaka (Japão), a nona por Zurich (Suíça) e a décima por Oslo (Noruega).
A capital do Zimbabué, Harare, foi excluída da pesquisa deste ano, por estar a enfrentar uma grave crise económica, com o índice de inflação mais alto do mundo. Ou seja, cerca de 3.714% ao ano. A maior cidade de Camarões, Douala, apresenta o custo de vida mais elevado do continente africano, ocupando a 24ª posição.
A análise da Mercer mede o custo comparativo de mais de 200 itens em cada local, incluindo habitação, transportes, alimentação, vestuário, bens domésticos e entretenimento.
Para se ter uma ideia, uma bica em Moscovo custa cerca de 4 euros, enquanto em Buenos Aires (139ª posição no ranking), Argentina, custa pouco mais de 1,23 euros. No sector da habitação, o aluguer mais caro - encontrado no âmbito da pesquisa - foi um apartamento de luxo, com dois quartos, por cerca de 2.700 euros mensais, em Tóquio, a quarta cidade mais cara do mundo. A moradia arrendada mais barata foi em Johannesburgo (136º lugar no ranking), África do Sul, por 600 euros.
Curiosamente, nenhuma das cidades portuguesas foi incluída na lista das 50 mais caras. Lisboa sobe 15 posições mas fica em 73º lugar (contra o 88º do ano passado), com 80,8 pontos.
Estocolmo também subiu no ranking, tendo passado da 36ª para a 23º posição (93,1 pontos) e Amesterdão, da 41ª para a 25ª posição com 92,2 pontos.
Nas pesquisas da Mercer, a cidade padrão é sempre Nova Iorque - a cidade mais cara da América do Norte, embora tenha caído este ano da 10ª para a 15º posição, com índice 100 de pontuação.
Moscovo, a cidade mais cara, obteve uma pontuação de 134,4 (123,9 em 2006) sobretudo devido à subida do rublo face ao dólar e ao crescimento dos preços do alojamento as mesmas razões que levaram Londres a subir três posições em relação ao ano passado.
As cidades europeias ocupam as posições cimeiras da tabela, sobretudo devido à subida da moeda única. As cidades brasileiras de São Paulo (62º lugar) e Rio de Janeiro (64º) as mais caras da América Latina caíram no ranking para dar lugar a cidades europeias, que estão a subir por causa do fortalecimento do euro, revela a Mercer.
No caso das cidades asiáticas, deu-se o fenómeno inverso. Nos últimos 12 meses o valor do yuan - a moeda chinesa - desceu seis por cento face ao euro. Este factor, explica a Mercer, está associado a uma taxa de inflação reduzida e preços estáveis no mercado imobiliário, o que evitou que as principais cidades chinesas subissem no ranking. Nestas cidades, as despesas de alojamento não subiram embora a procura tenha aumentado uma vez que a disponibilidade de alojamentos de elevada qualidade também é boa.
Telavive é a cidade mais cara do Médio Oriente. A capital de Israel passou para a 17ª posição este ano, com 97,7 pontos, contra a 24ª posição obtida no ano passado.
De acordo com o estudo, Dubai e Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, desceram cinco lugares, ocupando agora a 15ª posição (100 pontos). A queda deve-se em grande parte ao facto de a sua moeda estar vinculada ao dólar americano, que está debilitado.
Sydney é a cidade mais cara da Australásia, ocupando o 21º lugar com 94,9 pontos. Wellington, por sua vez ocupa o 111º lugar com 71,8 pontos.
De acordo com o 'Cost of Livin Survey' as cidades norte-americanas registaram descidas acentuadas. Apenas Nova Iorque e Los Angeles (42º lugar com 87,1 pontos) estão nas primeiras posições. Toronto, a cidade mais cara do Canadá, desceu 35 lugares para a 82ª posição (78,8 pontos).
Calgary e Vancouver também registaram descidas. Segundo a Mercer, "esta alteração deve-se a taxas de inflação baixas e a uma estabilização dos preços das habitações. Acresce ainda que, apesar de ter subido face ao dólar americano, o dólar canadiano sofreu um decréscimo de quase 13% face ao euro, comparando com o estudo de 2006".