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Morto em perseguição por PSP era músico

16 março 2010 2:54

O homem que ontem de madrugada foi morto a tiro por um agente da PSP em Lisboa, era conhecido no hip hop nacional como MC Snake e trabalhava com o rapper Sam The Kid. (Veja vídeos no fim do texto)

16 março 2010 2:54

Nuno Rodrigues, o homem que ontem de madrugada foi morto a tiro por um agente da PSP em Lisboa, era conhecido no hip hop nacional como MC Snake, sobretudo pela parceria com o rapper e produtor Sam The Kid (Samuel Mira).  

Jorge Rodrigues, irmão da vítima, manifestou-se inconformado com a situação, declarando aos jornalistas na casa da família, em Chelas, Lisboa, não encontrar explicações para o sucedido, já que Nuno Rodrigues, 30 anos, tinha carta de condução e o carro que conduzia estava legalizado.  

Segundo relatou Jorge Rodrigues, a vítima seguia num Lancia Y10, de cilindrada 1000, carro com mais de 10 anos e com problemas mecânicos, razão pela qual seria fácil à polícia intercetar a viatura em andamento.

O tiro disparado pelas forças de segurança perfurou a chapa traseira do carro e atravessou dois bancos antes de penetrar nas costas de Nuno Rodrigues, segundo a família, que diz ter informação de que a bala terá atingido os pulmões de Nuno Rodrigues.  

Atirador é polícia inexperiente

Segundo os familiares, não há porém sinais de sangue no interior do automóvel, versão que será apurada com rigor no inquérito interno da PSP e no inquérito crime aberto pelo Ministério Público para averiguar se houve homicídio por negligência por parte do polícia.  

Fonte policial revelou à Lusa que o atirador é um polícia com pouca experiência profissional e que já foi constituído arguido.

De acordo com um comunicado da PSP, tudo começou quando o homem desobedeceu a uma operação de fiscalização de trânsito na doca de Santo Amaro, em Alcântara, Lisboa, tendo a polícia perseguido o condutor e imobilizado a viatura na Radial de Benfica. O homem morreu no local cerca das 05h00.  

A PSP diz que "aguardará a conclusão" dos inquéritos sobre a situação "antes de prestar quaisquer outras declarações sobre o incidente e o seu lamentável resultado".

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

O Expresso apoia e vai adoptar o novo Acordo Ortográfico. Do nosso ponto de vista, as novas normas não afectam - antes contribuem - para a clarificação da língua portuguesa.

Por outro lado, não consideramos a ideia de que a ortografia afecta a fonética, mas sim o contrário. O facto de a partir de 1911 a palavra phleugma se passar a escrever fleugma e, já depois, fleuma não trouxe alterações ao modo como é pronunciada. Assim como pharmacia ou philosophia.

O facto de a agência Lusa adoptar, a partir de amanhã, o Acordo, enquanto o Expresso, por razões técnicas (correctores e programas informáticos de edição) ainda não o fez, leva a que neste sítio na Internet coexistam as ortografias pré-acordo e pós-acordo.

Pedimos, pois, a compreensão dos nossos leitores.