Atualidade / Arquivo

Mãe aos 61 anos

8 novembro 2012 15:36

Carolina Reis (www.expresso.pt)

Antonia Letícia Asti só vai conseguir dar de mamar aos filhos depois de ter feito uma estimulação da glândula mamária. Em Portugal, não há limite para fazer tratamentos para engravidar.

8 novembro 2012 15:36

Carolina Reis (www.expresso.pt)

A história de Antonia Letícia Asti poderia ser igual à de muitas mulheres que tentam ter filhos, durante anos, sem sucesso. Só que esta brasileira nunca desistiu e acabou por se tornar mãe... aos 61 anos.

"Em nenhum momento pensei em desistir. Sempre quis ser mãe", disse Antonia Asti ao site "G1", depois de confessar que, apesar de não ter muitas possibilidades financeiras, poupou a vida toda para este momento, vivido no Hospital e Maternidade São Lucas, no Brasil. 

Apesar da idade avançada, tudo parece estar a evoluir bem com a mãe  e os bebés. De acordo com o site "Tribuna Hoje", Antonia regressou ontem a casa, em Santos, no Brasil, depois de 14 dias de hospitalização, e os filhos só estão na incubadora à espera de ganhar mais peso.

Sofia e Roberto nasceram com 900 gramas, mas neste momento já vão com 1,200 kg e  1,270 kg, respetivamente, segundo o "Tribuna Hoje".

"Apesar do risco muito grande que uma gestação em idade avançada tem, os bebés só devem ficar internados mais algumas semanas para aumentarem de peso", diz o médico Marco Antônio Antun.

Antonia Letícia Asti, casada com José César Asti, de 55 anos, tentou durante duas décadas engravidar e só ao fim de 4 tentativas de inseminação artificial é que foi bem sucedida.

"Não me sinto com 61 anos. Acho que a minha data de nascimento está errada", diz. Para conseguir dar de mamar aos filhos, Antonia teve de se sujeitar a uma estimulação da glândula mamária para ter leite.

Não há idade limite para ser mãe 

"Recorrendo a tratamentos de fertilização em que são utilizados ovócitos doados qualquer mulher pode ser mãe seja em que idade for", explica João Luís Silva Carvalho, presidente do Colégio de especialidade de ginecologia e obstetrícia.

O médico alerta, contudo, que os riscos de doenças e patologias associadas à gravidez, como a hipertensão e diabetes, são muito mais elevados. "Mas o maior risco é para a criança que vai passar a infância e a adolescência a empurrar uma cadeira de rodas", alerta.

Em Portugal, a lei de procriação medicamente assistida não permite que se faça tratamento de infertilidade a menores de 18 anos, porém não estabelece uma idade limite.