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Jornais da Controlinveste em greve amanhã

3 março 2009 19:25

Os trabalhadores do "Jornal de Notícias", "Diário de Notícias", "24 Horas" e "O Jogo" querem assim marcar posição contra o despedimento colectivo de 123 pessoas determinado pelo grupo editorial.

3 março 2009 19:25

Os trabalhadores dos jornais da Controlinveste - "Jornal de Notícias", "Diário de Notícias", "24 Horas" e "O Jogo" - vão estar em greve na quarta-feira para contestar a falta de abertura negocial do grupo relativamente à decisão de despedir mais de cem colaboradores. 

Apenas no "24 Horas" - de onde foram dispensados 12 trabalhadores - permanece a incógnita sobre se haverá ou não greve, uma decisão que ainda não foi tomada, segundo explicação de João Garcia, do Conselho de Redacção do jornal.

No "JN" "a expectativa de adesão é francamente positiva", afirma o delegado sindical Paulo Silva. Este jornal, com sede no Porto, passou a contar com menos 66 dos seus 123 trabalhadores na sequência do despedimento colectivo anunciado pela empresa no início do ano. 

Quanto à motivação para esta paralisação, o jornalista esclarecea que se prende mais com a falta de vontade negocial do grupo: "Se a administração tivesse dado o mais pequeno sinal que fosse, a greve teria sido imediatamente desconvocada". 

No jornal "O Jogo" "a redacção está muito solidária", conta Mónica Santos, delegada sindical deste desportivo que dispensou 17 colaboradores, acrescentando, contudo, que "só amanhã se perceberá a verdadeira adesão das pessoas". 

Para Hélder Robalo, delegado sindical do "Diário de Notícias" do Porto, de onde foram dispensados 14 colaboradores, é fundamental "mostrar uma decisão firme". 

Em Lisboa, alguns trabalhadores deste jornal vão interpor uma providência cautelar contra o despedimento colectivo, assim como houve quem recorresse a advogados particulares.   

O pré-aviso de greve foi apresentado a 20 de Fevereiro pelos trabalhadores, que solicitaram ainda a intervenção no caso do Presidente da Republica, primeiro-ministro, grupos parlamentares, Entidade Reguladora para a Comunicação Social, Provedor da Justiça, Ministérios do Trabalho, da Economia e dos Assuntos Parlamentares, e comissões de Trabalho, de Economia e de Ética, Sociedade e Cultura.  

Os trabalhadores começaram a receber as cartas de despedimento na quarta-feira da semana passada.