PortoCartoon na sede da CGD em Lisboa

Humor dá uma picada na globalização

14 novembro 2007 17:21

Uma centena de cartoons, de 34 países, permanecem até ao próximo mês numa mostra aberta ao público em Lisboa. A globalização é o alvo do pincel dos humoristas.

14 novembro 2007 17:21

O cartoon "Shopping" venceu o segundo prémio ex-aequo

O cartoon "Shopping" venceu o segundo prémio ex-aequo

Intitulado "Shopping" (compras), o cartoon de Gatto é uma viagem no tempo. "Quis representar o início da era moderna. 1942: Cristóvão Colombo, o primeiro globalizador", conta o autor ao Expresso. O cartoon traça um paralelo entre o mundo das multinacionais e um tempo em que "os impérios se expandiam em todas as direcções, com custos elevados, destinados a implodir mais cedo ou mais tarde, mas com os olhos postos nos lugares do mundo onde poderiam obter, se necessário recorrendo à violência, tudo aquilo que necessitavam". Este trabalho mereceu o segundo prémio 'ex-aequo' do PortoCartoon 2007, a par de "Motoperpétuo", do brasileiro Osvaldo da Costa, com os seus infinitos carros puxados por homens; e só ficou atrás do índio que atira um telemóvel amarrado a uma flecha, da autoria do polaco Grzegorz Szumovski, o grande vencedor do concurso.

"Motoperpétuo", do brasileiro Dacosta, também recebeu o segundo prémio

"Motoperpétuo", do brasileiro Dacosta, também recebeu o segundo prémio

O Brasil é o país mais bem representado, com 12 trabalhos; seguido de Portugal, com oito; e de Polónia, Rússia e Sérvia, com cinco cada. No total, 34 países estão presentes. No Porto, onde estiveram expostos anteriormente, estes trabalhos foram vistos por milhares de pessoas.

Inteligência e crítica - as armas do cartoon

A exposição estará aberta até 3 de Dezembro

A exposição estará aberta até 3 de Dezembro

Esse poder comunicativo raramente é negligenciado e frequentemente é vítima de abusos nas mãos de regimes autoritários. "Nem todos os países do mundo consideram esta arte legítima", sublinha Gatto. "Parece-me que quanto mais antidemocrático é um país, menos encoraja esta forma de expressão. Talvez porque a considerem perigosa, já que é tão inteligente e crítica", explica, afirmando esperar, contudo, "um futuro cada vez mais luminoso" para a arte de fazer rir e pensar através de desenhos.

A mostra irá permanecer no átrio central da sede da CGD até ao dia 3 de Dezembro e está aberta de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h30. A entrada é livre.