Primeiras declarações desde o massacre

Família de Cho Seung-hui está destroçada

21 abril 2007 13:36

Numa breve declaração a irmã do atirador revela a dor que todos atravessam e dá o apoio possível aos familiares dos mortos.

21 abril 2007 13:36

Cho Sun-Kyung, a irmã mais velha do sul coreano que assassinou 32 pessoas na passada segunda-feira, aproveitou o dia de luto no estado da Virgínia para juntar a dor da sua família às daqueles que perderam os entes queridos no maior massacre escolar na história dos EUA.

A declaração - a primeira desde o tiroteio -, feita em seu nome e em nome da família, foi cedida aos orgãos de comunicação pelo advogado, Wade Smith. No documento podia ler-se que estavam “em estado de choque e a viver um pesadelo” e questionavam-se: “Como é que nunca conseguimos perceber que ele era capaz de tanta violência”.

A rapariga, licenciada em 2004 na prestigiada universidade de Princeton, deixou um pedido de desculpa, “lamentamos profundamente os actos inqualificáveis do meu irmão. É uma tragédia para todos nós” e garantiu que as suas preces estarão “com as famílias dos que estão a passar por todo este sofrimento”.

Smith confirmou que nem ele nem os seus clientes iriam responder a qualquer tipo de questões.

A família sul coreana chegou aos EUA em 1992, quando Cho tinha apenas 8 anos e radicaram-se nos arredores de Washington, onde viviam num bairro de classe média e exploravam uma lavandaria.

Neste momento e sem ainda terem solicitado qualquer protecção policial, acredita-se estarem a viver com familiares, depois de terem abandonado a residência na sequência dos assassinatos.

Quase uma semana após o massacre e embora a policia garanta estar a fazer “grandes progressos”, são muitas as perguntas por responder.

Um painel independente composto por seis pessoas vai tentar trazer luz a algumas dessas dúvidas. A equipa procederá a várias investigações para avaliar se a resposta dada pelas autoridades foi a melhor, ou porque é que o internamento de Cho numa unidade psiquiátrica em 2005 foi ignorado pelas autoridades escolares. 

Corine Geller, porta-voz da polícia, declarou à Associated Press, ter esperança que “os investigadores possam ter novidades já na próxima semana”.

Ás 12 horas locais (16 em Lisboa) foi respeitado um minuto de silêncio em todo o estado da Virgínia e foram organizadas várias vigílias por todo o país.

Na Universidade Virgínia Tech os sinos dobraram em honra dos desaparecidos e na capital do estado, Richmond, a cerimónia contou com a presença do governador, Timothy Kaine.

Em Seul, capital da Coreia do Sul, juntaram-se milhares de pessoas numa imensa demonstração de pesar. Na multidão destacavam-se muitos veteranos da guerra da Coreia, que nos anos 50 lutaram ao lado das tropas americanas.

O destino quis que esta data coincidisse com o dia do massacre de Columbine, há precisamente 8 anos. Nessa altura foram mortas 13 pessoas e o desfecho foi o mesmo: o suicídio dos assassinos.

Em Israel teve lugar o funeral de Liviu Libresc, o professor de matemática de origem romena que sobreviveu a um campo de concentração nazi e acabou por morrer às mãos de outro tresloucado, quando bloqueava a porta da sala de aula na tentativa de salvar a vida dos seus alunos.