Atualidade / Arquivo

Estudantes estrangeiros dizem ser explorados em fábrica de chocolates Hershey

21 agosto 2011 9:28

Tiago Oliveira (www.expresso.pt)

Centenas de estudantes estrangeiros abandonaram uma fábrica dos chocolates Hershey dizendo ser utilizados como mão-de-obra barata. Os jovens encontram-se num programa intercâmbio cultural.

21 agosto 2011 9:28

Tiago Oliveira (www.expresso.pt)

Estalou a polémica no estado da Pensilvânia nos EUA. Um grupo de estudantes estrangeiros insurgiu-se contra as condições de trabalho numa fábrica de chocolates Hershey e, num ato de protesto, abandonou em bloco as instalações.



De acordo com os estudantes, o programa de intercâmbio cultural em que se encontram tinha-os transformado em mão-de-obra barata e desprotegida que companhias como a Herschey aproveitavam para conseguir maiores lucros.



O programa de intercâmbio do Departamento de Estado americano J-1 traz estudantes estrangeiros para os EUA, por um período de dois meses, para trabalhar e aprender inglês. A criação do programa teve como intuito preencher vagas de emprego durante o Verão em cidades costeiras e, ao mesmo tempo, dar a oportunidade a jovens doutros países de ganharem algum dinheiro e experienciarem o "american way of life".



Porém, a realidade revelou-se pior do que o sonho.

O programa está a dar prejuízo aos estudantes















A união faz a força

Tendo em conta a situação que viviam, os jovens decidiram que uma "greve" era a melhor forma de protesto. Assim, no passado dia 17, os estudantes que começavam o turno da noite às três da tarde juntaram-se aos que estavam a sair e orquestraram uma grande manifestação em frente à fábrica. Empenhando sinais de ordem em inglês e nas diversas línguas nativas, os jovens começaram a gritar, "nós somos os estudantes, os poderosos estudantes".



O protesto chamou a atenção do Departamento do Estado que, através de John Fleming, disse ao "New York Times" que já se tinha mandado funcionários à fábrica para investigar as reais condições em que trabalhavam os estudantes.



No entanto, a ação do Governo tem sido duramente criticada por algumas associações laborais que têm prestado apoio aos estudantes, uma vez que há conhecimento de casos do aproveitamento de jovens do programa J-1 e de uma atuação pouco efetiva do Departamento do Estado.